Baú do Braulio: A matéria dos sonhos

Jorge Luis Borges fala, em seu conto “Tlön, Uqbar, Orbis Tertius”, de um planeta fantástico em que as coisas são criadas pelo pensamento. Por exemplo: Fulano perde uma caneta no escritório e pede aos colegas que a procurem. Depois, percebe que tinha deixado a caneta em casa, mas esquece de avisar. Um dos amigos, movido pela expectativa de que a caneta está no escritório, encontra-a e entrega ao dono, que agora tem duas canetas idênticas. [Texto de Braulio Tavares]

Baú do Braulio: Os Livros Proibidos

Ninguém lembra Cassandra Rios, que nunca foi grande escritora, mas foi perseguida durante décadas por seus romances eróticos: Tessa, a Gata, A Paranóica, Eudemônia, O Bruxo Espanhol… Li na adolescência (na casa de meus primos) A Lua Escondida, uma história de paixão lésbica; e anos depois li As Mulheres dos Cabelos de Metal, uma ficção científica erótica que passou despercebida até da censura. Quando as pessoas fazem campanha pela liberação da literatura erótica, geralmente estão pensando em Joyce ou Miller. Minha dúvida é: na hora do naufrágio, esses intelectuais teriam coragem de colocar Cassandra Rios no bote salva-vidas? [Textos de Braulio Tavares]

Os sons da feira central de Campina Grande

Feira central de Campina Grande. Campina Grande central market.

Dias depois Braulio, de novo ele, postou na sua rede social essa incrível gravação. Cerca de 6 minutos de áudio gravado na feira de Campina Grande, sua cidade, na Paraíba.. A gravação é um trabalho maravilhoso de Orlando Freitas, que nos mergulha no burburinho das falas populares, dos pregões, dos passos e ruídos e músicas esparsas. Sons que emergem e submergem em meio a outros sons. [Texto de Toinho Castro]