A poesia vai e volta, ressurge do lago inesperada. Vem na onda que quebra ali na areia, logo à nossa frente. Publicada aqui, pela primeira vez, no último agosto, retorna à Revista Kuruma’tá a poesia viva de Calí Boreaz. Dizer que Calí tem voz própria, sensibilidade… é nada dizer. Não quero cair das armadilhas dos adjetivos e elogios sem rumo. Deixo então aqui a sua poesia, que diz mais e melhor. São poemas do livro outono de azul a sul, um livro de beleza rara, ao qual eu também retorno sempre.
Categoria: calí boreaz
Calí Boreaz nasceu em Portugal, onde estudou Direito, em Lisboa, em meio às noites de fado e flamenco. Viveu em Bucareste, na Romênia, onde estudou língua e literatura romena e tradução literária. No virar de 2009 para 2010, atravessa o Atlântico rumo ao sul para viver no Rio de Janeiro, onde se entrega ao estudo e ao ofício do teatro. Na literatura, traduziu do romeno os romances O regresso do hooligan [ed. ASA, Portugal], de Norman Manea, e Lisboa para sempre [ed. Thesaurus, Brasil], de Mihai Zamfir. Seu livro de estreia, outono azul a sul [ed. Urutau, Portugal & Brasil], é um relato poético do exílio e da clandestinidade, e tem posfácio de João Almino e desenhos de Edgar Duvivier e António Martins-Ferreira. Integra também a coleção Identidade vol. II da Amazon Kindle com o conto islandeses. Seus textos têm aparecido também em várias revistas literárias brasileiras, portuguesas e galegas, e em exposições como a Bienal Internacional de Arte de Gaia 2019, em Portugal, e o Hyderabad Literary Festival 2019, na Índia.
A poesia de outono azul a sul
O que a gente quer, sem dúvida, é que a Revista Kuruma’tá seja cada vez mais uma casa de poesia, que acolhe e espalha versos e poetas. E é assim, com essa afirmação necessária, que dou boas vindas a poeta Calí Boreaz, com sua poesia atravessada de moderno lirismo… Vou e volto e vou de novo à sua poética, ponte sobre atlânticos, entre pátrias, mátrias, luminosidades. [Poemas de Calí Boreaz]