A Quando penso no Recife Revista Kuruma'tá, 13 de novembro de 201914 de novembro de 2019 Esse poema, com alguma modificação, foi publicado no Lendário Livro, coletânea de poesia reunindo trabalhos meus e dessa turma de poetas: Aderaldo Luciano, Braulio Tavares, Nonato Gurgel, Numa Ciro e Otto Ferreira. É um poema que nasceu da minha agonia com a verticalização acirrada do Recife, do seu céu sangrado de arranha-céus. Mas onde resiste o Recife? resistirá? O que resta, que réstia da cidade onde cresci? Não é possível deter as transformações do mundo, mas não deveriam ser essas transformações uma força destrutiva. Recolho em versos minha indignação e espero que reverbere, para que reste um Recife digno do Capibaribe. [Poema de Toinho Castro] Continue Reading
A Baú do Braulio: Kurt Vonnegut Jr. Revista Kuruma'tá, 11 de novembro de 20194 de fevereiro de 2022 Vonnegut tinha uma relação conflituosa com a literatura de ficção científica, cujos temas ele utilizava, mas a cuja comunidade afirmava não pertencer, talvez com medo de ser discriminado. Para uma crítica literária pretensiosa e desinformada, como é grande parte da norte-americana, o simples fato de alguém escrever dentro de determinado gênero cancela por antecipação qualquer possibilidade de boa literatura. [Texto de Braulio Tavares] Continue Reading
A Escrita dos Fatos Revista Kuruma'tá, 8 de novembro de 20198 de novembro de 2019 No Manifesto da Poesia Pau Brasil, Oswald de Andrade diz que a ‘poesia existe nos fatos’. ‘Os fatos explicarão melhor os sentimentos; os fatos são tudo’, escreve Machado de Assis no livro Papéis Avulsos. Quem também demonstra um imensurável apreço pelos fatos, é o biógrafo Peter Gay, autor de Freud: uma vida para o nosso tempo: ‘a teoria está muito bem, mas isso não impede que os fatos existam. … a obediência… do cientista aos fatos não é a adversária, mas a fonte e a servidora da teoria’. [Texto de Nonato Gurgel] Continue Reading
A + poesia de outono azul a sul Revista Kuruma'tá, 6 de novembro de 201910 de março de 2021 A poesia vai e volta, ressurge do lago inesperada. Vem na onda que quebra ali na areia, logo à nossa frente. Publicada aqui, pela primeira vez, no último agosto, retorna à Revista Kuruma’tá a poesia viva de Calí Boreaz. Dizer que Calí tem voz própria, sensibilidade… é nada dizer. Não quero cair das armadilhas dos adjetivos e elogios sem rumo. Deixo então aqui a sua poesia, que diz mais e melhor. São poemas do livro outono de azul a sul, um livro de beleza rara, ao qual eu também retorno sempre. Continue Reading
A Para aquele senhor de branco ali na janela Revista Kuruma'tá, 5 de novembro de 201930 de dezembro de 2019 Um dia, no entanto, outro visitante apareceu. Inesperado, lá estava ele sentado no parapeito. Vestia calça de linho crua, camisa branca com as mangas impecavelmente dobradas e sapatos lustrosamente brancos. Em uma das mãos, segurava um cigarro aceso que parecia nunca ser consumido pelo tempo, nem apagado pelo vento. Ele não dizia nada. Apenas olhava para ela com um semblante sereno, tranquilo, como se estivesse contentado em não receber atenção de ninguém. [Texto de Eduardo Frota] Continue Reading