A Elegeram Daniel rei | Parte I Revista Kuruma'tá, 5 de fevereiro de 202029 de julho de 2020 O inspetor chegou a esboçar uma contenção, mas o menino já tinha se virado sobre a lateral e espalmado a mão no chão para se levantar. Mas uma fratura de Colles no rádio direito, como mais tarde anunciaria para a diretora da escola o ortopedista do pronto-socorro, o impediu: numa manifestação exuberante da elasticidade da pele humana, o peso do corpo fez a mão de Vítor se desencaixar, indo parar na metade do braço. [Texto de Diego Franco Gonçales] Continue Reading
A O carro do ferro-velho Revista Kuruma'tá, 30 de janeiro de 202031 de janeiro de 2020 Somente o homem do ferro-velho, o dono do carro do ferro-velho, junto com seus asseclas, poderá nos falar do futuro dessas traquitanas. Para saber do que essas estranha pessoas seriam capazes, para entender o que elas estariam tramando por trás dessa óbvia fachada de coletores de velharias ferruginosas, eu e o Zé José seguimos a kombi surrada no seu trajeto monótono pelo bairro e através de outros bairros, num percurso cada vez mais circular e labiríntico… achávamos mesmo que não conseguiríamos voltar. [Texto de Toinho Castro] Continue Reading
A Kuruma’tei-me Revista Kuruma'tá, 27 de janeiro de 202029 de julho de 2020 Dito isso, vou contar para vocês um pouco da minha jornada até aqui. Tudo começou quando recebi de minha mãe um livro de poemas escrito pela minha bisa Auta, poetisa fluminense que fez parte da Academia de Letras de Barra Mansa. Infelizmente não a conheci em vida, mas ao terminar de ler o seu único livro, senti como se ali se abrisse o mundo da produção literária para mim, ao mesmo tempo em que se fechava a porta do que chamo de prisão poética: uma vez que se faz a conexão de uma mente, um coração e a poesia, nos tornamos servos de nosso próprio ofício. [Texto de eduardo Maciel] Continue Reading
A Pertinho Revista Kuruma'tá, 22 de janeiro de 202011 de março de 2021 O som dos pássaros na ponta da varanda. Uma cama que eu tenho saudade. Música bonita pra dormir. Luz lilás para dormir. Ou azul. Eu me sirvo de água – enquanto ainda tem para comprar – e me deito. Eu me deito como se o meu lençol fosse o teu. Como se o meu travesseiro fosse, pra você, o meu colo. Imito gestos seus – sem querer – para te ter em mim. [Texto de Caru] Continue Reading
A Ninguém precisa mesmo acreditar Revista Kuruma'tá, 14 de janeiro de 202014 de janeiro de 2020 Juan Pablo Villalobos é um escritor mexicano contemporâneo que já conquistou, além do meu coração, algum espaço no mundo agressivamente competitivo do comércio de papel pintado contendo histórias. No mundo editorial, um lugar nas prateleiras, um lugar ao sol; mesmo espremido entre um milhão de títulos, algum espaço, uma obra em andamento, distribuída pelo mundo, crescente. [Texto de Terêncio Porto] Continue Reading