Dias e mais dias com poemas nórdicos todo dia! Revista Kuruma'tá, 23 de dezembro de 20195 de abril de 2020 Dia desses eu estava pensando sobre poesia, mais precisamente sobre a poesia nórdica, sobre o quanto eu desconheço a poesia nórdica. Percebi em mim essa lacuna, dentre outras. Pensei em pesquisar, buscar algumas fontes, descobrir se alguém andava traduzindo os versos do Norte. E eis que esbarro, na timeline da artista visual, poeta e professora Laura Erber, no Facebook, a dica dessa página chamada Um poema nórdica ao dia, que publica, como o nome promete, um poema de poetas nórdicos por dia. Gente, nem acreditei! Na mesma hora entrei em contato com os responsáveis por esse belo trabalho, o tradutor Luciano Dutra e a tradutora, poeta e pesquisadora Francesca Cricelli, pois isso é pra ser divulgado, espalhado por aí feito semente, e a Revista Kuruma’tá tá aqui pra isso mesmo! Agradeço muito à generosidade dos dois em escrever o texto que se segue e apresentar na nossa revista uma seleção tão precisa e comovente de poemas. Bora ler poesia! Toinho Castro (Editor) Apresentação e seleção de poemas de Francesca Cricelli e Luciano Dutra | Um poema nórdica ao dia A página “Um poema nórdico ao dia” foi idealizada e conta com a curadoria de Luciano Dutra, tradutor literário gaúcho radicado em Reykjavík, capital da Islândia. O que começou como um projeto pessoal espontâneo do tradutor e, como tal, totalmente despretensioso, é hoje uma das maiores referências, na rede, de poesia contemporânea nórdica traduzida para a língua portuguesa. A página hoje em dia conta com a colaboração fixa e esporádica de alguns colegas tradutores, dos mais experientes aos iniciantes. Entre os tradutores colaboradores fixos há Fernanda Sarmatz Åkesson, que mora há uns vinte anos em Estocolmo e é a mais prolífica tradutora do sueco para o português na atualidade — já traduziu dezenas de obras de literatura infantojuvenil, novelas policiais e obras de não-ficção, abarcando autores como Karin Boye, Astrid Lindgren, David Lagercrantz e Håkan Nesser, mas que estreou como tradutora de poesia na nossa página; e Leonardo Pinto Silva, que traduziu do norueguês, entre outros, o primeiro volume de Minha vida (Min kamp) de Karl Ove Knausgård, O mundo de Sofia (Sofies verden) de Jostein Gaarder, além de uma caixa reunindo quatros das peças mais importantes de Henrik Ibsen (Espectros, Um inimigo do povo, Hedda Gabler e Solness, o construtor). Recentemente, recém chegada a Reykjavík, agregou-se a colaboração da tradutora, poeta e pesquisadora Francesca Cricelli, doutora em Literaturas Estrangeiras e Tradução pela USP, que já verteu ao português autores como Giuseppe Ungaretti, Igiaba Scego, Elena Ferrante e muitos outros, e começa agora a traduzir poemas do islandês também como processo de estudo e método de aquisição de linguagem. Também já colaboraram com traduções a poeta, professora, artista plástica e pesquisadora Laura Erber, que atualmente reside em Copenhague, e Karl Erik Schøllhammer, professor, pesquisador e tradutor, além de Helen Beltrame-Linné, jornalista, advogada e cineasta residente em Estocolmo. A cada dia da semana é apresentado um poema de uma língua nórdica e sua tradução. Alteram-se textos escritos por mulheres e por homens. A seleção é ampla e heterodoxa, lançando ao mundo lusófono poetas mais conhecidos e renomados, mas também jovens descobertas da poesia nórdica. Segunda-feira é o dia do feroês: apresentamos aqui o poeta Carl Jóhan Jensen, cujo livro Nona manhã foi traduzido e publicado no Brasil pela Editora Moinhos e pela Sagarana forlag (2017) e a jovem poeta Anna Malan Jógvansdóttir. Já terça-feira é o dia do sueco finlandês: destacamos aqui a poeta Edith Södegran, que também será publicada no Brasil com tradução de Luciano Dutra, e o poeta Bo Carpelan. Quarta-feira é o dia do dinamarquês: ressaltamos aqui a poeta Inger Christensen e o poeta Halfdan Rasmussen. Quinta-feira é o dia dedicado ao bokmål, uma das variantes do norueguês: desse idioma, trazemos aqui Stein Mehren e Tone Hødnebø. Sexta-feira é o dia do sueco: desse idioma, realçamos aqui poemas de Tomas Tranströmer e Athena Farrokhzad. Sábado é o dia do islandês: seguimos aqui com a poeta Soffía Bjarnadóttir e o poeta Jónas Reynir Gunnarsson. Por fim, domingo é o dia do nynorsk, a outra variante do norueguês: desse idioma, propomos nesse espaço os versos de Olav H. Hauge e Maja Anette Flønes Monsens. Boa leitura! [segunda-feira, feroês] SEI Seique o meu amornão é uma luzcapaz de clareara sombria falta de sentidodo mundoSeique o meu amoràs vezes pesa— e oprime pois carregao vazio pela vida afora— Mas também seique o meu amor ébatida do coraçãogolpeando no meu peitoe seique se o meu amorao menos foi capaz de pôrum sorriso nos teus lábiosentão ele não é em vão (traduzido do feroês por Luciano Dutra para o livro “Nona manhã – herbário poético” de Carl Jóhan Jensen, publicado recentemente em Belo Horizonte pela editora Moinhos, em coedição com Sagarana forlag de Reykjavík) [EG VEIT] Eg veitat ást mínikki er ljósið kann fjalaheimsins myrkameiningarloysiEg veitat ást míntíðum er tung— knúvgandi tíið tómleikan bergjøgnum lívið— Men eg veitat ást mín erhjartaslátturindukandi móti bringumíniog eg veitat um bert ást mín bareitt bros at varrum tínumvar hon ikki til fánýtis (Carl Jóhan Jensen) ++++++++++ me enterro terra abaixoaperto as pernas contra o corposou uma sementejazo aquichoro até transformar minha cova em barrorego a mim mesmaaté brotareuorganismo apodrecendoautofertilizantecresço e me transformo em rubra flor carnívoracomo cada um que se acercachupo e engulo até a medulamelhor comerdo que ser comida (traduzido do feroês por Luciano Dutra) eg gravi meg niður í moldinatrýsti beininni tætt móti kroppinumeg eri eitt fræliggi hergráti mína grøv til runuvatni meg sjálvainntil eg spíriegrotnandi gøgnsjávtaðandivaksi til reyða kjøtetandi blómueti hvørt mannfólk sum nærkastsleiki og slupri mergin í megheldur etaenn verða etin (Anna Malan Jógvansdóttir) [terça-feira, sueco finlandês] TRIUNFO DE EXISTIR De que tenho medo? Eu, que tenho parte com o infinito. Eu, que tenho parte com a força ingente da totalidade, mundo só entre milhões de mundos, como estrela de primeira grandeza que afinal se apaga. O triunfo de viver, o triunfo de respirar, o triunfo de existir! O triunfo de sentir o tempo gélido escorrendo nas artérias, escutar a enxurrada silenciosa do tempoe pisar na montanha sob o sol. Caminho no sol, piso no sol, não sei de mais nada além do sol.Tempo — transformador, tempo — destruidor, tempo — encantador, vens trazendo novas tramas, mil artimanhas, para me propor outra existênciacomo sementinha, cobra enrodilhada, atol em pleno oceano? Tempo — tu, assassino — afasta-te de mim! O sol enche o meu peito de um doce mel até transbordar e me diz:“Um dia todas as estrelas hão de se apagar, mesmo assim elas brilham sem medo o tempo todo”. (traduzido do sueco finlandês por Luciano Dutra) [TRIUMF ATT FINNAS TILL] Vad fruktar jag? Jag är en del utav oändligheten.Jag är en del av alltets stora kraft,en ensam värld inom miljoner världar,en första gradens stjärna lik som slocknar sist.Triumf att leva, triumf att andas, triumf att finnas till!Triumf att känna tiden iskall rinna genom sina ådroroch höra nattens tysta flodoch stå på berget under solen.Jag går på sol, jag står på sol,jag vet av ingenting annat än sol.Tid — förvandlerska, tid — förstörerska, tid — förtrollerska,kommer du med nya ränker, tusen lister för att bjuda mig en tillvarosom ett litet frö, som en ringlad orm, som en klippa mitt i havet?Tid — du mörderska — vik ifrån mig!Solen fyller upp mitt bröst med ljuvlig honung upp till randenoch hon säger: en gång slockna alla stjärnor, men de lysa alltid utan skräck ++++++++++ Pedra sobre pedra viga sobre vigaentre pedra madeira e arerva viçosa crescendouma árvore numa fenda na fachada de um prédiogrotescamente contra toda a expectativaerva e erva-daninha em calado conluiocheiro de couro ao ventoflores como que pisoteadas e reerguidassob automóveis pés ou brotandoda rochanum caos tenaz e minuciosamente mapeado (traduzido do sueco finlandês por Luciano Dutra) Sten på sten bjälklag på bjälklagmellan sten trä och luftgräs tåligt växande framett träd ur en spricka i en husfasadgroteskt mot allt hoppgräs och ogräs i tyst samförstånddoften av läder i vindenblommor som hade de slagits och återuppståttunder vagnar fötter eller slagit utur bergi ett segt noggrant kartlagt kaos (Bo Carpelan) [quarta-feira, dinamarquês] MÊS DA FEBRE Quem já viu setembroo mês da febre, em brasa,sabe que uma primavera está vivaembaixo de cada folha morta,sabe que antes que a vida caia,suporta os encargos da queda.O tempo foi afetado pela febre.Mas no espaço do nosso tormentoinflamado, em brasa, o sononos doou o sacramento.A tempestade de febre se curvou,devastou e reuniu.De pé, rodeados pelo fogo,procurando a graça da vidaum silêncio atingiu os fios quebradiçosnervosos do coração.Sobre a nossa curva de febreouvimos o canto dos pardais.As sombras não nos encontraram.O sono tornou-se sonho e pensamento.Enquanto a noite ainda nos ligavaouvimos bater o coração.Algo se aproximou. E névoasdistantes se tornaram sol e estrela.A luz apareceu e tocousuavemente os metais mudos,pediu-lhes para inserir sonsnum salmo abafado,pediu-lhes para badalarsobre tudo o que dorme fora do tempo.Em chamas emergimos do reinofebril das sombras.Emergido e ressuscitado,não podíamos ceder.Com calma, quem lutaencontrará o setembro de sua vida. (traduzido do dinamarquês por Laura Erber e Karl Erik Schøllhammer) [FEBERMÅNED] Den som har set september,febermåneden, glødeved at et forår leverunder hvert blad som døde,ved at før livet styrterbærer det høstens byrder.Tiden blev ramt af feber.Men i vor kvals betændteglødende rum har søvnenskænket os sakramente.Feberens storm har bøjet,hærget og sammenføjet.Stod vi, af ild omkranset,søgende livets nåde,ramte en stilhed hjertetsbristende nervetråde.Over vor feberkurvehørte vi sang af spurve.Skyggerne fandt os ikke.Søvnen blev drøm og tanke.Endnu mens natten bandt oshørte vi hjertet banke.Noget kom nær. Og fjernetåger blev sol og stjerne.Lyset blev til og rørteblidt ved de stumme malme,bad dem at lægge tonerind i en dæmpet salme,bad dem at kime overalt hvad der tidløst sover.Flammende steg vi gennemfeberens skyggerige.Løftet og genopstandnekunne vi ikke vige.Roligt skal den som kæmpermøde sit livs september. (Halfdan Rasmussen) ++++++++++ A minha casa é um bosque de bétulas na tempestademantém a terra firmea minha casa é o vidro da janela sob a saraivada de granizomantém a parede firmea minha casa é uma dor na pelvemantém o corpo firmeFrágil é a minha casasegura firme no ar rarefeito do amor (traduzido do dinamarquês por Luciano Dutra) Mit hus er et birkekrat i stormendet holder jorden fastmit hus er en rude under haglbygenden holder muren fastmit hus er en smerte i underlivetden holder kroppen fastSvagt er mit husklynger sig til kærlighedens tynde luft (Inger Christensen) [quinta-feira bokmål, uma das variantes do norueguês] SUSTENHO TUA CABEÇA Sustenho tua cabeçaem minhas mãos, como susténsmeu coração em teu desveloassim como tudo sustém e é sustidopor algo além de si mesmoAssim como o oceano soergue uma pedraaté suas areias, assim como a árvoresustém os frutos maduros do outono, assimcomo o planeta soergue-se em sua órbitaAssim como somos ambos sustidos por algo e soerguidosteu enigma sustém um enigma em sua mão (traduzido do norueguês-bokmål por Luciano Dutra) [JEG HOLDER DIT HODE] Jeg holder ditt hodei mine hender, som du holdermitt hjerte i din ømhetslik allting holder og blirholdt av noe annet enn seg selvSlik havet løfter en stentil sine strender, slik treetholder høstens modne frukter, slikkloden løftes gjennom kloders romSlik holdes vi begge av noe og løftesdit gåte holder gåte i sin hånd (Stein Mehren) ++++++++++ OH, AMADO, FICA NO MEU CORAÇÃO Oh, amado, fica no meu coração,o peso dos amantes,o peso da solidão me afoga.Ouço minha própria voze é como se ouvisse outro alguémdizer tudo que só eu sabia daquele a quem amei.Poderia cair mortae então começar a falarcomo se houvesse uma maldiçãoque me tornasse meu próprio inimigo,aquele a quem amei.Ouço minha própria voz,oh, fica no meu coração, amadoe sem essa canduraestarás preso ao abismo dos infernos,tu, o único a quem amei. (traduzido do norueguês/bokmål por Leonardo Pinto Silva) [Å ELSKEDE, BLI I HJERTET MITT] Å elskede, bli i hjertet mitt,vekten av elskere,vekten av ensomhet drukner meg.Jeg hører mine egne orddet er som å høre en annensnakke om alt bare jeg visste om,om den ene som jeg elsket.Jeg kunne falle død om og så begynne å snakkesom om det skulle eksistere en forbannelsesom gjør meg til min egen fiende,den ene som jeg elsket.Jeg hører mine egne ord,å, bli i hjertet mitt, elskedeog uten denne åpenhjertighetensitter du fast i helvetes avgrunner,du, den eneste som jeg elsket. (Tone Hødnebø) [sexta-feira, sueco] AS PEDRAS As pedras que jogamos, ouvi-as caindoclaras como vidro, ao longo dos anos.No vale, os desatinos do instantevoam ruidosamenteentre as copas das árvores, emudecemno ar mais tênue que o agora, deslizamcomo andorinhas entre os toposdas cordilheiras até chegaremaos platôs mais elevadosao lado da fronteira por toda a existência.Lá, todos os nossos atosdespencam claros como vidrono fundo de nadaalém de nós mesmos. (traduzido do sueco por Luciano Dutra) STENARNA Stenarna som vi kastat hör jagfalla, glasklara genom åren. I dalenflyger ögonblickets förvirrade handlingar skränande frånträdtopp till trädtopp, tystnari tunnare luft än nuets, glidersom svalor från bergstopptill bergstopp tills denått de yttersta platåernautmed gränsen för varat. Där falleralla våra gärningarglaskaramot ingen bottenutom oss själva. (Tomas Tranströmer) ++++++++++ CRIANÇA-ÂNCORA (I) É o dia do sangueÉ a noite da terraSolta agora a borda do barco, meu tesouroUma criança nasceu nesse diaUma criança será ancoradaUma criança dará à mãe direito à terraUma criança irá preparar o caminhoQue criança não é uma criança-âncora Que mãe não se agarra ao soloÉ a noite do sangue É o dia da terraÉ um porto inseguro apesarde o colo materno ensinara criança a ciciar o nome do mar (traduzido do sueco por Fernanda Sarmatz Åkesson) [ANKARBARN — I] Det är blodets dagDet är jordens nattSläpp nu relingen, lilla skattEtt barn är fött på denna dagEtt barn ska förankraEtt barn ska ge sin mor rätt till jordEtt barn ska väg beredaVilket barn är inte ett ankarbarnVilken mor griper inte efter bottnarDet är nattens blodDet är dagens jordDet är en otrygg hamnTrots att moderns famnlärt barnet viska havets namn (Athena Farrokhzad) [sábado, islandês] Estão tocando bandolim no banheiroe eu sento-me na cadeira de balanço e finjo contardinheiro enquanto a máquina de lavar termina o ciclocom as meias dos soldados bípedes que passamapós a última guerrameus seios começam a caircomo se fosse a coisa mais natural e corto os meus cíliosas unhas do pée um dos mamilos.Com a pistola no esternopeço silêncio à mesa de jantar.Fique em casa (traduzido do islandês por Francesca Cricelli) Það er verið að spila á mandólín á baðherberginuog ég sest í ruggustólinn og þykist teljapeninga á meðan þvottavélin klárarsokkatvífættra hermanna sem litu viðefitr síðasta stríðbrjóstin á mér eru farin að sígaeins og ekkert sé eðlilegraog ég klippi af mér augnhárintáneglurnarog aðra geirvörtuna.Með byssuna við bringubeinbið ég um þögn við matarborðið.Vertu heima (Soffía Bjarnadóttir) ++++++++++ Quando neva a cidade torna-se uma pinturaque descasca da telao espaço vazio se expandea distância entre nossas casas desaparece no vazio brancocomo a mente de uma velha que começa a esquecer (traduzido do islandês por Francesca Cricelli) Þegar snjóar verður borgin málverksem flagnar af striganumauða rýmið stækkarfjarlægðin á milli húsanna okkar er að hverfa í hvíta auðneins og hugur gamallar konu sem farin er að gleyma (Jónas Reynir Gunnarsson) [domingo, nynorsk outra variante do norueguês] DE “A BOCETA E O MAR” Eu sou o sebopelos teus braçossovacose mamilosvocê vai trabalhar comsebo de bocetano focinho*sair dedando bocetaspor aínão é o mesmoque trepar*Pouso os lábiosnas suas costasnós nunca dissemosque é assimo mar tem na bocatantos cadáveres*No mar de braços e pernasabro a bocae gritonão vamos nos atar um ao outroa franja das ondasnos alcançavocê deixade escutar (traduzido do norueguês/nynorsk por Leonardo Pinto Silva) [FRA „FITTA OG HAVET“] Eg er smøri armane dineutover armhulaneog brystvortadu går på jobb medfittesmøri trynet*Å ronke ifitta på folker ikkje det samme somå pule*Eg kviler leppenemot ryggen dinvi har aldri sagtdet er santhavet har mangelik i munnen*I havet av armar og beinåpner eg munnenog ropervi skal ikkje bindes samanbølgekanten nårossdu slutterå høre (Maja Anette Flønes Monsens) ++++++++++ UM POEMA A CADA DIA Quero escrever um poema a cada dia,a cada dia.Deve ser fácil.Browning conseguiu-o por um bom tempo, apesarde rimar emarcar o ritmocom sua sobrancelha arqueada.Então, um poema a cada dia.Algo que nos mova,algo que aconteça,algo que a gente note.— Me levanto. Raia o dia.Sigo bem.E vejo o dom-fafe revoar da cerejeiradepois de roubar seus casulos. (traduzido do norueguês-nynorsk por Luciano Dutra) [EIT DIKT KVAR DAG] Eg vil skriva eit dikt kvar dag,kvar dag.Det må vera liketil.Browning greidde det lenge, endåhan rima ogslo taktimed buskute augnebryn.Altso, eit dikt kvar dag.Eitkvart sviv ein,eitkvart hender,eitkvart legg ein merke til.— Eg stend upp. Det ljosnar.Har gode forset.Og ser dompapen lettar or kirsebærtreetder han stel knupp. (Olav H. Hauge) Anna Malan JógvansdóttirAthena FarrokhzadBo CarpelanCarl Jóhan JensenHalfdan RasmussenInger ChristensenJónas Reynir GunnarssonMaja Anette Flønes MonsensOlav H. HaugeSoffía BjarnadóttirStein MehrenTomas TranströmerTone Hødnebø A Anna Malan JógvansdóttirAthena FarrokhzadBo CarpelanCarl Jóhan JensenEscandináviaFinlândiaFrancesca CricelliHalfdan RasmussenIlhas FaroeIlhas FeroeInger ChristensenIslândiaJónas Reynir GunnarssonLuciano DutraMaja Anette Flønes MonsensNoruegaOlav H. HaugePoesiaPoesia nórdicaSoffía BjarnadóttirStein MehrenSuéciaTomas TranströmerTone HødnebøTradução
Sou um poeta e artista plástico português. Vivi, há anos, durante algum tempo, na Dinamarca (Copenhaga, Svanholm e Roskilde) tendo contacto convivencial com alguns artistas desse país. Escrevi sobre toda essa vivência, mas a minha percepção da realidade nórdica tem componentes humanas e culturais bastante ecléticas, que não apenas dinamarquesas. Em alguns livros ou opúsculos poéticos meus, ainda inéditos, há referência explícitas a poetas e artistas alguns com quem convivi e outros que fazem parte do meu imaginário referencial, tais como, por exemplo, Erik Lindgren, Tranströmer, Ingalvur av Reyni, Sherfig, David Heirup, Robert Jacobsen, Jan Nielsen, Sisse Westergaard, Bengt Larsen, Edvin Westergren Skansen, Harry Martinssen, etc. Descobri agora este vosso site, que me despertou apreço e curiosidade, Daqui, de Portugal, de Lisboa onde resido, vos envio um abraço com a minha simpatia pelo meritório trabalho de divulgação poética que estais desenvolvendo. Ao vosso dispor, Hugo Beja Responder
Prezado Hugo É uma grande alegria receber sua mensagem. Parece-me que a Kuruma’tá tem um elo precioso com Portugal. Recomendo fortemente seguir a página “Um poema nórdico ao dia—Eitt norrænt ljóð á dag—En nordisk dikt om dagen“, dos tradutores e poetas Francesca Cricelli e Leonardo Dutra. E saiba que a Kuruma’tá tem portas abertas aos poetas, escritores e artistas no geral. Espero poder seguir troicando ideias. Grato! Responder