Festa junina da Barroca

Texto de Eduardo Maciel


Anarriê, queridxs kurumateiros!!

É nesse clima de São João que venho aqui compartilhar com vocês minha ligação afetiva com a festividade. Vão vendo…

A mãe de uma das pessoas que mais amo nesse mundo, a Dona Graça (que eu amo também), mora no interior da Bahia, Senhor do Bonfim.

Devo-lhe visita, mas tenho pagado cautelas a cada ano, e nunca consigo ir lá. Mas ela não! Vem regularmente. E eu sempre a vejo. E a gente sempre conversa. Papo sobre tudo.

E nesse tudo, uma constância. A bendita festa de São João da Barroca – que eles chamam de roça.

Por inúmeras vezes acompanhei dela a contagem regressiva para chegar logo. Por tantas outras soube de causos havidos no ambiente da festividade, detalhes da logística, representatividade social. Enfim. Quando penso em festa de São João, penso nela. Mais até do que em minhas próprias memórias de diversas festas juninas onde estive…

Pois, nesse período de pandemia, me apeguei na referência e fui falar com Dona Graça, pra saber o que está rolando sobre festa junina pros lados da Barroca.

E como adoro o formato entrevista, que carrega em si mais empoderamento na fala, fiz algumas perguntinhas a Dona Graça.

Pula fogueira iaiá e vem conferir!

O que você acha das festividades de São João no Nordeste? Você participa?

Eu acho que as festividades de São João, são pro nordestino. É a maior festa que comemoramos, mais até do que festejamos Carnaval, Natal ou Ano Novo… Então nos preparamos o ano inteiro pra ir chegando São João. Se eu participo? Participo sim! Eu amo dançar forró, então, quando chega o mês de junho, eu fico é adrenalina pura, toda agitada, pra tomar licor, e dançar que é muito bom.

2- Como está sendo a organização para esse ano em Senhor do Bonfim, em tempos de pandemia?

Por contra da pandemia, não vamos ter São João, o que é muito triste pra nós, pois essa é a festa q traz muita alegria pro nordestino.

Na sua opinião, qual o tamanho da importância dessas festividades para as pessoas que vivem aí?

O São João é muito importante pras pessoas que vivem aqui pois é a tradição no Nordeste fogueiro. Guerra dê espada, licor e forró.

Tem alguma história sobre festas passadas que queira dividir com a gente?

Tenho uma história do São João de 2017 que me marcou muito: tinha terminado o namoro, e estava de coração partido. Fui pra praça toda jururu… Começou a chover, aí que fiquei triste no canto. Olhando pro lado, vi meu ex com outra. Aí nessa hora o sangue esquentou, comecei a dançar na chuva, e apareceram vários amigos meus. Dançamos até ó dia amanhecer! Era pra ser uma noite triste, acabou sendo a noite de São João que eu mais curti. Foi muito bom.

Tenho que concordar com Dona Graça, e empatizo com ela. Mas se a gente olha a cobra e de fato é mentira, tem que poder fazer desse limão uma limonada.

Vai ser em casa, online. Vai ser por vídeo, mas vai ser.

Porque o espírito da festa é alegria. E alegria não pode faltar, nem na pandemia!

Dona Graça, animada para o Sâo João, mesmo online!