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contra o desencanto

Um dia extraordinariamente comum. Seja bem-vindo senhor – (presidente)

Revista Kuruma'tá, 29 de novembro de 202011 de março de 2021

Texto de Lu Lessa Ventarola


Exposição Campo Contracampo – José Pedro Croft
No Convento Santa Clara-a-Nova

Sexta-feira tranquila, 20 de novembro. Meu amigo Jorge Cabrera precisava apresentar um trabalho no Colégio das Artes e pediu-me para ficar para ele na exposição do José Pedro Croft, no Convento Santa Clara-a-Nova. Disse que sim.

Aqui em Coimbra já se faz sentir o prenúncio do inverno – levei agasalhos para o corpo e um livro para agasalhar o espírito. O primeiro foi útil, já o segundo desnecessário – estar em um lugar como o Convento Santa Clara traz calor a qualquer espírito. Durante a tarde algumas poucas pessoas subiram a ladeira e enfrentaram a estranheza do tempo pandêmico para darem aos seus olhos e pensamentos oportunidade de se exercitarem – e os habituais cumprimentos de recepção e despedida cuidaram para que o silêncio não reinasse absoluto. E quando não havia ninguém, do grande corredor, a linda e suave obra do Daniel Senise, feita para a terceira edição da Bienal Anozero, era como um sussurro a dizer que a arte costura os tempos.

Já era quase fim do dia quando entra um homem com passo confiante e voz simpática. Passa álcool gel nas mãos e fica por alguns minutos a ler o texto de curadoria que está na entrada, antes de visitar a obra – que se abriga no enorme salão do antigo refeitório do Convento. Na volta comenta suas impressões e despede-se com a mesma educação com que chegou. Antes de sair cuida de pegar um folheto da exposição para levar consigo.

Eu aperto o botão do marcador para registrar a presença deste homem, assim como fiz com os outros visitantes. Este homem que, como todos os outros, chegou – sem alarde, sem público, sem púlpito, sem fotos, sem assessores de imprensa, sem se fazer anunciar-, para dizer seu SIM à Cultura (e não é o mesmo que dizer que confia no futuro?).

Este homem era o senhor Presidente da República Portuguesa.

Posso desejar o mesmo para o Brasil? Posso e desejo –

Coimbra, 29 de novembro de 2020. Lu Lessa Ventarola.


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Comments (5)

  1. Rozane Oliveira disse:
    1 de dezembro de 2020 às 12:33

    O presidente português é um homem sensível, intelectual consistente. Realmente, como brasileira, desejo que, um dia o Brasil consiga um representante tão sério.

    Responder
  2. Helena Ferraz Soares Lopes disse:
    1 de dezembro de 2020 às 14:16

    História maravilhosa que nos enche de esperança na humanidade . Mais ainda que texto lindo escrito com muita elegância, parabéns Lu. Amei.

    Responder
  3. Helena Ferraz Soares Lopes disse:
    1 de dezembro de 2020 às 14:16

    História maravilhosa que nos enche de esperança na humanidade . Mais ainda que texto lindo escrito com muita elegância, parabéns Lu. Amei.

    Responder
  4. Ana Tereza Oliveira disse:
    1 de dezembro de 2020 às 16:05

    Texto lindo, de uma leveza, uma delicadeza, que nos faz sentir toda a emoção do lugar, parabéns Lu!! Assim como minha irmã Rozane Oliveira, temos esperança de um Brasil melhor governado. Bjs

    Responder
  5. Paulo Roberto Bérenger Alves Carneiro disse:
    7 de dezembro de 2020 às 09:58

    Ao final, quando você descobre que o homem era o Presidente da República, você é capaz de se impressionar pela humildade e simplicidade desse homem mas se você o acompanha no dia-a-dia da política portuguesa, não se surpreende porque esta é a maneira de agir deste excepcional Chefe de Estado. Gostaria muito que o Brasil um dia se espelhasse na nossa ex-metrópole.

    Responder

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