Skip to content

contra o desencanto

  • Sobre KURUMA’TÁ
  • REDE AFETIVA DE CULTURAS
    • Aguaceiro
    • revista cassandra
    • Fazia Poesia
    • Macabéa Edições
    • Na ponta da Agulha
    • NC Curadorias
    • Editora Patuá
    • Revista Sucuru
    • Taioba Publicações
    • Revista Tamarina
    • Toma Aí Um Poema
    • Revista Toró

contra o desencanto

Professora Inês

Revista Kuruma'tá, 1 de dezembro de 20203 de fevereiro de 2022

Um poema de Toinho Castro


Inês de Sousa foi minha professora de cinema, quando estudei comunicação, no Centro de Artes e Comunicação , CAC, da UFPE, no Recife. Inês é portuguesa e há muito retornou à sua terra. Fui um aluno relapso, que se redimiu com um bom trabalho de final de disciplina, no apagar das luzes. Porque, no fim das contas, eu amava cinema e minha amiga Tandra me chamou a atenção, me puxou pra sala e Inês, olhou-me severa e disse: Você tem até amanhã pra entregar seu trabalho. Entreguei! Tirei quase 9,5, de dez, e aliviei meus pesares de aluno universitário emulando certo desdém pelo curso, como se fosse estilo.

Pude, recentemente, enviar uma mensagem para a professora Inês comentando aqueles dias, e desculpei-me por ter sido o aluno que fui. Devia isso a ela, que também amava o cinema e estava ali para dizer que ainda precisávamos aprender. Que ainda precisamos aprender. Trago Inês comigo, com meu aprendizado.

Professora Inês de Sousa – A partir de foto de Viviane Fontoura

Inês mora
Perto do Porto
Minha professora
Tardes com ela
em Plongée
O sotaque
De outra terra
Do outro lado
Do mar
Contra Plongée
Do Atlântico
Enquadramento
Da memória
Uma lembrança
Em 35mm
Leves milímetros
Livres do tempo
Do espaço
Do arco
Das navegações

Plongée
De uma sala de aula
Na Várzea, Vazia
na lousa
a grafia de Inês
em giz
Hoje Inês
mora perto
do Porto
Mas inscrita em giz
em mim
Sempre
Sempre, posso dizer
Sempre no cinema
Lembro de Inês
O acerto do olhar
sempre um sabor
de aula
Numa lembrança
de que precisamos
continuamente
reaprender
o que sabemos



A CinemaDestaque 01DestaquesMemóriaPoesiaPortugal

Navegação de Post

Previous post
Next post

Comments (7)

  1. Zidi brandao disse:
    2 de dezembro de 2020 às 14:37

    Conheci Toinho em 18/09/18, qdo fui ao Rio para o lançamento do primeiro disco de minha filha livia Nery, Estranha Melodia, no Festival Levada, cujo curador era Jorge Lz.
    Terminado o show, acho que a maioria, se não todos, sabiam que eu era mãe de Livia, tal o meu entusiasmo. Encotrei Toinho, tbem animado. Havia gostado do show. Era amigo de Jorge, e resolvemos dar uma esticada ali perto (qual o bar Toinho?) , eu, Toinho, Raquel, Livia e jorge lz, pra molhar a palavra, comer um pouco e sobretudo conversar. E acho que o papo, como não podia deixar de ser, foi música mesmo.
    Enfim, único encontro presencial nesses em 806 dias. Mas virtualmente, temos nos falado bastante. Muitas abobrinhas. Abobronas.
    Mas o que quero dizer é que qdo ouvi o áudio de Toinho e da sua querida professora de cinema, confirmei o que fa tinha como certo.
    Toinho Castro é uma pessoa simples, inteligente, leal, companheiro, humilde, versátil e tbem forte como todo cabra da perste nordestino de Recife misturado com João pessoa.
    Que bom ter encontrado essa professora tão compreensiva, que lhe dando aquela chance, fez do aluno desmotivado um escritor, um cineasta, um homem cheio de grandes ideias, um agitador cultural.
    Acho que essa sua prova, que foi àquela época seu grande trunfo, deve ser emoldurada e posta em sua salas junto aos seus vinis.
    Via o.

    Responder
    1. Revista Kuruma'tá disse:
      3 de dezembro de 2020 às 17:54

      Zide, minha querida. Que mensagem bonita de se ler. Obrigado por todo afeto. Estamos juntos!!

      Responder
    2. Revista Kuruma'tá disse:
      3 de dezembro de 2020 às 22:55

      ah, zidi… em meio às minhas tantas mudanças esse trabalho sumiu. mass creio que ainda vou reencontrá-lo.

      Responder
  2. Zidi Brandao disse:
    3 de dezembro de 2020 às 00:05

    E tudo isso sem falar no belo poema pra sua professora Inês. Toinho é demais!

    Responder
  3. Pedro Rei Lima disse:
    6 de dezembro de 2020 às 15:47

    Obrigado Toinho.
    Muito muito antes e noutras terras muito muito longe, Inês foi minha professora no primário, dos 5 aos 9 anos. Imagine a sorte que tive.
    Obrigado Inês.

    Responder
  4. Carlos Henrique Leiros disse:
    27 de janeiro de 2021 às 08:01

    Olá, primo.
    Li seu texto com certo atraso, mas tocou-me muito. Lembrei de muitas professoras emblemáticas que tive – Margarida Ramalho, Almira Melo – em passado já distante. Esse resgate é valiosíssimo, ainda mais pelo registro de áudio da Professora Inês, com seu lindo sotaque d’alem mar.
    Abraços daqui de Natal.

    Responder
    1. Revista Kuruma'tá disse:
      27 de janeiro de 2021 às 19:26

      Primo querido! A gente tem que prestar tributo a quem nos trouxe a luz do conhecimento, né?!
      Obrigado pela sua mensagem.

      Responder

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

A Kuruma'tá é uma publicação da Místico Solimões
e da Rede Afetiva de Culturas

©2025 | WordPress Theme by SuperbThemes