Meu cocar é do Cacique

Há meses, recebi o convite de uma amiga do meio artístico para ser convidado especial da Ala Cheyenne do Cacique de Ramos, e aceitei gentilmente o convite. Foi uma honra pra mim entrar naquela quadra sagrada, que abriga um patrimônio imaterial do Rio de Janeiro que existe desde 1961 e vem há décadas firmando sua identidade com apoio do povo de Olaria e Ramos, tribos indígenas do Brasil e mesmo da América do Norte. [Texto de Eduardo Maciel]

Manifesto pela literatura

Queiram todos admitir ou não, vivemos tempos bastante sombrios não apenas naquele Estado, mas em todo o Brasil. Estamos acompanhando inertes os atos de tortura à nossa democracia, onde a imprensa é imprensada, onde se permite desmatar florestas, onde se quer armar cidadãos de bem, onde se desrespeita o direito indígena, tão crucial para que se mantenha a base de nossa identidade. Isso sem mencionar cortes em medicamentos para a população doente, sucateamento de seculares instituições de ensino, de desmerecimento das artes e vampirização de seus operários. [Texto de Eduardo Maciel]

Kuruma’tei-me

Dito isso, vou contar para vocês um pouco da minha jornada até aqui. Tudo começou quando recebi de minha mãe um livro de poemas escrito pela minha bisa Auta, poetisa fluminense que fez parte da Academia de Letras de Barra Mansa. Infelizmente não a conheci em vida, mas ao terminar de ler o seu único livro, senti como se ali se abrisse o mundo da produção literária para mim, ao mesmo tempo em que se fechava a porta do que chamo de prisão poética: uma vez que se faz a conexão de uma mente, um coração e a poesia, nos tornamos servos de nosso próprio ofício. [Texto de eduardo Maciel]