A entrevista à coreógrafa Tânia Carvalho foi feita uns dias antes da apresentação da sua peça no contexto do festival Linha de Fuga. Apesar de sublinhar várias vezes a sua falta de vontade de parecer que tem certezas, lá foi desfiando o novelo, com cuidado, pois isto das palavras nem sempre é o melhor remédio. A conversa não foi longa, porque o palco do TAGV estava sob o escrutínio de pequenas obras e era preciso ir verificar tudo. É assim o trabalho da Tânia Carvalho: meticuloso. E completamente arrebatador. [Por Carina Correia]
Categoria: Festival Linha de Fuga
Coletânea de textos produzida pelo grupo Crítica de Fuga, que acompanha os trabalhos dos artistas e as atividades do Festival Internacional de Artes Performativas – Linha de Fuga.
[Concebido como um campo de experimentação, aprendizagem e partilha de conhecimento coletivo, Linha de Fuga é um laboratório e festival internacional que promove o encontro entre criadores, artistas e pensadores de diferentes origens e a cidade de Coimbra.]
Ao publicar esse material, a Revista Kuruma’tá faz com o Linha de Fuga uma ponte transatlântica de afetos e percepções sobre a arte feita mundo afora, a partir do ponto focal que o festival promove.
Captado pela intuição: uma aproximação
Do gosto pelas formas. Da dificuldade de trabalhar com “pessoas”, e, no entanto, estes corpos que são pessoas, essencialmente formas. Do feixe de luz reflexo no corpo vertical ondulando de um ponto a outro. Um plano. A indecisão perante o óbvio. Os movimentos sem aparente razão de ser, aliás, diz-nos, sem razão. Um ser errante no palco das atenções. Do espanto perante os que sabem dançar. Os bailarinos. Do esforço implícito nas mãos, no dorso. A tábua sob um dia de sol depois de uma chuva intensa. A indecisão, o momento interrupto de um a outro: a possibilidade de dança! [Texto de Diogo Simões]
A caminhada como poesia de uma sensibilidade ficcionada para fazer cidade
Para um autóctone de Coimbra, pré-imaginar a cidade aberta é por si só um jogo. Città Aperta, de Alain Michard constrói-se numa pequena oficina de seis dias, pesquisando o “relacionamento sensorial e imaginário dos participantes com a cidade, (…) delineado e interpretado em comum por todos e composto por experiências que alternam entre performances, conferências, refeições coletivas, histórias e reconfigurações de espaços da cidade”, diz no programa. [Texto de Ricardo Seiça Salgado]