Nem mais um piu | Texto de Marina Pereira Dantas

— Já disse várias vezes, eu não sei quem ela é. Juro! Deve morar pelo caminho e me ver passar todo santo dia quando vou e volto do trabalho. Eu sou um homem conhecido, único médico da cidade, você acha mesmo que eu não serei visto e as pessoas não irão saber quem eu sou? A questão é que eu não dou trela. É uma criança escrevendo carta de amor com essa letra tão desenhada. Você leu?

O defunto do teu pai | Texto de Marina Pereira Dantas

Texto de Marina Pereira Dantas — Conta meu pai que: — para dar conta das encomendas, fiz o roteiro confiado a mim por meu pai mais de cinco vezes, até porque na sexta parei de ouvir. Quando retornei para casa, a fim do velho conferir toda a carga, lá soube que faltava um bêbado. Nessa de não cabe mais nada e quem manda no meu carro sou eu eu e sob meu teto você respeita minhas ordens, eis que, o banco do passageiro, destinado inicialmente a minha namorada da rua de baixo, teve que ser aquecido por outra poupança, esfriando a minha por tabela.