Baú do Braulio: Adivinhações juninas

O São João nordestino é cheio de tradições que nós conhecemos “desde a mais tenra infância” e nos acostumamos a considerar nossas, tipicamente nossas, afetivamente nossas.

O que esquecemos às vezes é que essas tradições, por mais que deixem uma marca na nossa memória afetiva (na minha deixaram muitas, e profundas) não são pessoais, são coletivas. E vêm de longe. [Texto de Braulio Tavares]

“Olha pro céu, meu amor…”

Com a chegada de junho se inicia o Ciclo Junino, independente de pandemia e quarentena. Hoje, 1º de junho, o mundo muda e se converte num vórtex, em que convergem Santo Antonio, São João e São Pedro. As grandes festas de rua estão canceladas, mas a festa interior é incontida. A festa interior ela acontece quando chega junho, sobretudo entre os nordestinos desse país. É uma coisa inscrita na pedra dos afetos, ou na madeira que queima nas fogueiras.

Eu sei que é junho

Acaba que me criei, por conta da música e da literatura, dos quadros de Guignard, nessa espécie nostalgia, que flutua melancólica até a alegria mais pura. Deixo me carregar por ela mas sem esquecer que ainda há graça sim. Sem esquecer que é possível alimentar as brasas interiores e fazer migrar para o presente os gritos das quadrilhas. [Texto de Toinho Castro]