Orgulho Gay

Texto de Eduardo Maciel


Olá, meus caros kurumateiros!
Hoje é segunda, e ontem foi o dia do assim resumido “orgulho gay”. Resumido, eu disse.
Resumido porém não encolhido. Na verdade estou aqui na ressaca pandêmica e isolada de tanto festejo, em casa, pelo marco da luta desse grupo vasto, oprimido, assassinado como em nenhum outro país do planeta, vilipendiado da roda do poder econômico, visto ainda como uma gente marginal, alijada de oportunidades das mais diversas, dentre as quais destaco a oportunidade (que na realidade deveria ser um direito inalienável) de serem quem são, sem nenhum tipo de censura ou inferioridade. Luta desse grupo. No qual me insiro, com orgulho.
Sou casado com um homem que amo, tenho uma linda família com ele e seus dois filhos que só me devolvem amor.
E nesse clima, gostaria de trazer a memória desse movimento, e espero que empatizem com o relato.
Em 28/06/1969, nos Estados Unidos, pessoas ligadas ao movimento LGBTQAIP+ enfrentaram a opressão policial contra os direitos inalienáveis desse grupo. Esse evento foi o marco histórico do movimento organizado.
No Brasil, o movimento começou a se organizar em 1977, por incentivo do advogado João Antônio Mascarenhas, radicado no Rio de Janeiro. A pauta da luta LGBTQAIP+ orbita em torno das seguintes demandas:

– Apresentação de projetos de lei que punam a discriminação;
– Não permitir que pessoas jurídicas ou físicas, que tenham algum registro de discriminação, participem de licitações públicas;
– Apoio à apuração e punição efetiva para atos discriminatórios
– Criação, revitalização e fortalecimento de órgãos defensores dos direitos LGBTQAIP+;
– Respeito às diferentes orientações sexuais como pauta em escolas formadoras de policiais;
– Criação de diversos canais de denúncia para crimes discriminatórios;
– Engajamento da sociedade na luta pelos direitos LGBTQAIP+;
– Facilitação de acesso a procedimentos médicos de redesignação de gênero;
– Inserção, no currículo escolar obrigatório, da pauta antidiscriminatória;
– Incentivo a eventos socioculturais de empoderamento LGBTQAIP+;
– Criação de programas específicos de saúde voltados para esse público; e
– Implantação de políticas públicas que garantam, para esse grupo, acesso a emprego e renda.

Particularmente, defendo todas essas demandas, por entender que o direito à cidadania deve ser irrestrito. A luta LGBTQAIP+ é uma luta minha. Da minha família, dos meus amigos.
Mas deveria ser também uma luta sua, de cada um de vocês, que se identifiquem ou não com cada uma dessas letras na sopinha de letras que tenta nos agrupar e com isso nos fortalecer.
Fica aqui um abraço a todos vocês, a todos nós, que lutamos contra preconceitos de toda natureza!
Inté!