Dicas de leitura Kuruma’tá


Não sei se ler é o melhor remédio, mas sem dúvida é bom demais. Ou melhor, pode ser bom demais quando a gente recebe assim umas dicas certeiras. Hoje a gente, aqui na Kuruma’tá, vai destacar algumas leituras que estão valendo MUITO a pena.

SANTUÁRIO,
de MAYA FALKS

Começamos com o livro Santuário, da Maya Falks, editado pela bravíssima Macabéa Edições. Que leitura maravilhosa! Que livro instigante, divertido, cheio de ironias e lampejos de alegria e tristeza. Enquanto os céus giram sobre a “pacata cidade” de Santuário, vidas ali se debatem contra o tempo, contra a pobreza, a falta de perspectiva. Vidas vividas aos fragmentos em muitas facetas narrativas, que nos surpreendem a cada momento. A cada virada de página. Vale viver Santuário e sua senda. Pequenas histórias que contam uma história maior. Cada um de nós, de alguma forma, habita Santuário.

Vale destacar a beleza da edição da Macabéa. Que livro caprichado, que editora dedicada ao fazer literário. Um trabalho gráfico primoroso embala as histórias de Santuário, com direito a um mapa (com guia turístico!!) da cidade e dois cartões-postais com cópias de ilustrações originais de Maya Falks.

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A FONTE DOS RELÂMPAGOS,
de BRAULIO TAVARES

Eita, que livro danado de bom! É desses que a gente lê de uma enfiada só. Mal abre a primeira página, quando vê já tá na última. E querendo mais! Assim são os livros de Braulio Tavares. A fonte dos relâmpagos, edição guerreira da Editora Arribaçã, reúne textos publicados entre 2013 e 2016 no Jornal da Paraíba, e depois migraram para seu blog, o excelente Mundo Fantasmo.

O livro é uma seleta de causos, histórias, personagens e paisagens, alinhavando os caminhos do Sertão, das cantorias, folhetos de cordel. É o tal do mergulho nas culturas do povo, o Brasil profundo, denso e imenso, onde nascem os relâmpagos e chicoteiam as trovoadas do verso incontido. Braulio é um contador de história das histórias. Como se estivesse numa feira, ou num boteco em Capina Grande, vai puxando a prosa e, por meio de sua narrativa, se descortinam a vida de João Furiba, o Bicho do Mazagão, Lourival Batista e Zé Limeira (e consequentemente Orlando Tejo), e muito mais, como se adentrássemos um rio caudaloso de cultura.

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NOSSOS PRÓPRIOS VAZIOS,
de FRANCK SANTOS

Encerramos as dicas com o novo livro do poeta maranhense Franck Santos. Nossos próprios vazios saiu do forno há pouco, pela Editora Primata, que vem fazendo um trabalho bonito publicando a turma independente. A gente recomenda esse livro, que nem lemos ainda, porque já conhecemos o trabalho de Franck, e apostamos tudo na qualidade desse seu novíssimo rebento. Temos aqui a beleza do seu livro de poemas prefiro regar as plantas (também da Primata!), e seus versos nos fazem esperar o melhor de sua prosa, pois Nossos próprios vazios é um romance. A gente recomenda a literatura em que a gente acredita!

Sobre o enredo, a editora nos dá alguma pista… “Tomo um chocolate quente. Fumaça de incenso perde-se ou acha-se no ar. Um vento anuncia mais chuva. Sempre gostei de chuvas, ventanias e tempestades, me acalma a alma, faz meus pensamentos se ajustarem e preciso disso tudo agora. Ouço o barulho de um papel amassado que rodopia na varanda; se a lua surgisse agora no céu nublado que avisto, eu choraria”.

Suficiente pra correr atrás de um exemplar e atravessar suas 88 páginas com alegria.

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