Poema de Felipe Tamuxi Revista Kuruma'tá, 27 de fevereiro de 202310 de outubro de 2023 Acabou nosso carnaval e estamos de volta com mais poesia. Hoje é a vez de Felipe Tamuxi, indígena da etnia Krenyê Timbira, paraense de Conceição do Araguaia/PA. Foto de lubasi [ Sob licença Creative Commons ] Jacumã Todo diasobe o rioao amanhecer.Na neblinavai sua canoa,lampião aceso na proa. Traz o peixe do rio.Traz o buriti.Tem farinha na cumbucae o açaí sem açúcar. Pescadorno remanso,mestrena aldeia.Na canoa é jacumã,mas a vida é de caceia. Em cada ilha, solidão.Em cada brisa, a saudade.Na fogueira, memória.E no banzeiro a verdade. Em seu rosto, o passado.No falar,o seu jeito.Hoje é só,já foi amado.Só, leva a dorno seu peito. Felipe Tamuxi é indígena da etnia Krenyê Timbira, paraense de Conceição do Araguaia/PA, trabalha como professor de biologia em Mato Grosso, atuando em defesa da Educação Escolar Indígena e da Educação do Campo, da divulgação científica e da valorização cultural. Nos momentos de inspiração escreve poesias e contos retratando e valorizando a diversidade de culturas, de vivências e de lutas dos povos amazônidas e indígenas, mas o que exerce com maior devoção é ser pai; sempre dedicando tempo para contar e criar histórias para os filhos Wyana Manitsi e Théo Têky, sempre junto com a adorada companheira de vida, a esposa Ana Manitsi. A Krenyê TimbiraParáPoesia