A É preciso morrer para viver Revista Kuruma'tá, 17 de setembro de 201930 de dezembro de 2019 Na casa do meu irmão, improvisamos um cômodo perto da cozinha e lá ela sentou-se na cama e pediu para que matássemos um capão (um galo novo) e preparássemos um pirão com as vísceras, uma receita de família que ela guardava com muito carinho. Assim foi feito. Ela comeu com tanto prazer que fiquei comovido. Lambia os dedos numa atitude que me deixava sempre irritado, mas nesse dia eu sorria com aquela cena maravilhosa de minha mãe comendo e saboreando com todas as papilas e olhares o mesmo prato amigo de minha infância. [Texto de Aderaldo Luciano] Continue Reading
A Sonete-se com Eduardo Maciel Revista Kuruma'tá, 13 de setembro de 201914 de janeiro de 2021 Cada livro tem 50 sonetos, sendo que no novíssimo SonetIMAGEM cada soneto é acompanhado de uma imagem, trabalhando o potencial imagético da poesia, a força visual dos versos. É um dança de significados, em que os pares, poesia e imagem, estão de mãos dadas, entrelaçando seus passos. Coisa linda, além de poeta ser fotógrafo e saber juntar as duas coisas assim, com essa consistência. [Texto de Toinho Castro] Continue Reading
A Os seus sonhos ainda vão despertar contigo Revista Kuruma'tá, 11 de setembro de 201930 de dezembro de 2019 Inês sonhou que vivia numa antiga cidadela do império chinês. Vestia um roupão pesado e fazia chá a homens de negócio inescrupulosos e amargos. Doíam-lhe os ombros, a coluna, os joelhos – todos os ossos. Deixou cair a xícara no tatame, olhou para o inverno que se desenhava lá fora e pensou por um instante. O que era intenção, virou ação. Saiu apenas de roupa de baixo para nunca mais preparar nenhuma infusão. [Texto de Eduardo Frota] Continue Reading
A Cinco poemas das ‘Liras Perdidas’ de Sousândrade Revista Kuruma'tá, 9 de setembro de 201925 de outubro de 2019 Fui apresentado à poesia de Sousândrade foram os irmãos Augusto e Haroldo de Campos, no livro Re visão de Sousândrade, há muitos anos. Recentemente, passeando pelo centro do Rio, encontrei na Banca do Olivar, ali na Carioca, um livro que estampava na capa: Sousândrade – Inéditos. Dada a raridade da ocorrência do poeta, saquei os dois reais que Francisco Olivar cobra por qualquer livro exposto na sua banca e sentei numa mesa do galeto ali do lado para apreciá-lo. E que beleza! [Texto e seleção de Toinho Castro] Continue Reading
A “Vamos chamar o vento, camarada!” Revista Kuruma'tá, 7 de setembro de 201930 de dezembro de 2019 A Kuruma’tá nem ia publicar nada nesse sábado em que reaparece o sol no Rio de Janeiro. Mas ontem foi o show de Jards Macalé, no Festival Levada, aqui no Teatro Seisi-Firjan, ali na Graça Aranha, no centro da cidade. A Kuruma’tá compareceu e quem pode ficar calado depois de um show de Macalé?! [Texto de Toinho Castro] Continue Reading