Filhos da Quarentena: uma luz negra de arte que brilha em Londres

Em uma das minhas viagens a Londres, há tempos atrás, um grande, grande amigo meu artista lá erradicado me apresentou ao Simon, já beirando meio século de vida. A partir desse encontro, tive acesso à sua obra, de uma vida inteira, composta de desenhos e ilustrações de inspiração noir.

Obra extensa, de extrema qualidade. Toda ela engavetada. 

Fiquei à época estupefato com aquilo, imaginando como um artista de mão cheia, tão ativo em sua produção desde a infância, não permitia que seu trabalho visse a luz do dia. Ou da noite, como creio ele preferir… [Texto e entrevista por Eduardo Maciel]

A cheia de 1975

O Capibaribe cortava moroso o Recife. Visto das pontes em sua lentidão, não se diria que ele seria capaz de tal destruição. Como um gênio preso numa garrafa, silencioso, irado, esperando a tampa ser aberta. Era como se morássemos perto de uma caverna em que dormisse um terrível dragão. Majestoso, porém. Eu amava o Capibaribe e morria de medo dele. [Texto de Toinho Castro]