Em nome do Pife, do Som e do Espírito Santo

Em março de 2013, a Academia Brasileira de Letras recebia a exposição de xilogravuras de Ciro Fernandes. Manancial artístico inigualável. Ciro, em atuação constante, alcançou um patamar superior na xilogravura brasileira. Telas complexas e tão detalhadas que chegam a confundir o olhar do expectador. Ciro não fere a madeira, oferece a ela a oportunidade de tirar a roupa e se revelar sedutora. Ciro risca a pele da madeira sem tatuá-la, com a delicadeza do gênio abre-lhe coração. Ciro é zeloso: acaricia a madeira como Jacó acariciou a pele branda de Rachel. [Texto de Aderaldo Luciano]