A Um filme B Revista Kuruma'tá, 1 de julho de 202011 de março de 2021 Numa sexta-feira qualquer, Lara foi trabalhar como fazia todos os dias. Um dia normal em seu trabalho desprovido de qualquer glamour. Apenas mais uma burocrata fazendo o necessário para pagar as contas, enquanto sonha com uma mudança de carreira. Quem sabe um dia criava coragem de se mudar para Nova York e abrir um brechó virtual? Pensava enquanto preenchia mais uma planilha sobre custos de papel higiênico e produtos de limpeza para uma licitação com a qual não se importava. [Texto de Tássia Veríssimo] Continue Reading
A Desvirado pra lua Revista Kuruma'tá, 16 de junho de 202011 de março de 2021 Eu não, já me acostumei. A mãe sempre diz que nasci “desvirado pra lua”. Sei não. Desde a ocupação que teve lá na escola, tem uns colegas falando umas coisas diferentes, políticas, umas palavras difíceis, ainda não consigo entender tudo, mas fazem mais sentido do que as palavras da mãe. As pessoas acham que na perifa só tem analfabeto ou burro. É que só estudar não garante nada, não. Continue Reading
A Sonhei que acordava Revista Kuruma'tá, 7 de junho de 202028 de julho de 2020 Já com a manhã avançada eu andava pela casa. Morávamos, eu, Raquel e os gatos, num apartamento amplo, num velho prédio. Velho mesmo. Janelas de madeira, abertas, por onde entrava o sol matinal de um inverno. O prédio tinha quatro grandes apartamentos com piso de madeira, um piso antigo, descuidado. Móveis antigos, esparsos pela casa. E gatos. Muitos gatos circulando por ali. De repente me dei conta que não havia telas nas janelas e as portas, todas as portas estavam abertas. [Texto de Toinho Castro] Continue Reading
A Sonhei com um mar que não era azul Revista Kuruma'tá, 22 de maio de 202028 de julho de 2020 Eu tive um sonho noite passada. Era uma praia de águas esverdeadas. Quase deserta, como se fosse baixa temporada. Permanecia imóvel na faixa de areia, debaixo de um sol inclemente, observando as ondas se avolumando para além da arrebentação. Lá no fundo, havia uma pessoa. Não, não era possível ver o seu rosto. Mas eu sabia quem ela era, certamente. [Texto de Eduardo Frota] Continue Reading
A Pequeno Dicionário de Arquétipos de Massa: Cientista Revista Kuruma'tá, 16 de maio de 202028 de julho de 2020 Na verdade, ele pensa rabiscando a lousa, os dedos e a blusa velha de lã totalmente cobertos de pó de giz, tudo é tão fácil de calcular. Ele só não pode perder o fio da memória, o raciocínio não pode nem por um momento descarrilar do trem do pensamento senão tudo se perde e será como aquela história, aquela anedota infelizmente real do poeta inglês Samuel Taylor Coleridge… [Texto de Fábio Fernandes} Continue Reading