A Experiência Copacabana #1 Revista Kuruma'tá, 1 de janeiro de 20201 de agosto de 2020 Hoje acordei cedo para ver se a prefeitura limpou essa porcaria dessa Copacabana direito. E até que tava descente. Tendo em vista o hecatombe de humanos que vieram assistir os fogos. Ainda tinha bastante gente dormindo bebadas pelas ruas. Eu tenho um pouco de inveja de quem consegue beber assim. Beber até cair. Não tenho essa manha. Por falar nisso. Sabe quando você tá num bar as oito da manhã virado no rolet, tomando a décima quinta saideira e daí passa alguém com fone de ouvido indo correr. Hoje era eu esse cara! Eu alterno, eu alterno. [Texto de Francisco Paschoal] Continue Reading
A Ano que vem será diferente Revista Kuruma'tá, 31 de dezembro de 201911 de março de 2021 O moço que passou da direita para esquerda – atrás de mim – passa agora da esquerda para a direita e tira a segunda foto. Outras cores. Outras sensações. Influenciada, eu também tiro outra. Vício do compartilhar mais uma vez. Eu quero e não quero voltar pra casa. Talvez eu deite aqui na balaustrada mesmo. Talvez eu entre pela porta da sala. Talvez eu entre com fones de ouvidos desligados. Mas isso só eu vou saber. Eu só queria silêncio. Comportamentos quase que obrigatórios. [Texto de CARU] Continue Reading
A Pequeno Dicionário de Arquétipos de Massa: A Arte da Guerra (para Marçal Aquino) Revista Kuruma'tá, 20 de dezembro de 201920 de dezembro de 2019 É assim: enfie a faca sempre abaixo do peito, três ou quatro dedos abaixo do centro. É nesse ponto que fica o diafragma. É o ponto mais macio dessa área, porque não tem osso. Enfiar um objeto perfurocortante no peito de alguém é algo que só pode fazer quem tem muita força no braço, senão corre o risco da faca ficar presa no esterno, e pra tirar não é fácil. [Texto de Fábio Fernandes] Continue Reading
A A vida é tão possível, neném Revista Kuruma'tá, 13 de dezembro de 201911 de março de 2021 Ela acha. Eu paro quando ouço seu nome. Paro e penso em como é bom estar perto. Já fingi até aqui. Já tentei. Só que não dá mais. Nem quero mais tentar. Agora eu paro – outra vez – porque tenho saudades. E a primeira palavra do meu contrato era não. Eu lembro. Se soubesses o quanto eu tentei cumprir o que escrevi […] Mas a cada vez que eu saía de casa e meu olhar cruzava com o seu, um papel daquele extenso documento – da última à primeira – se dissolvia no espaço-tempo. [Texto de Caru] Continue Reading
A Escolha bem o que vai para o lixo Revista Kuruma'tá, 2 de dezembro de 201930 de dezembro de 2019 Na área de serviço encontrou fácil o que precisava: sacos de lixo pretos dos grandes, flanelas, álcool gel, uma vassoura de pelo e pazinha. Tudo, menos a vassoura, foi acomodado num balde, e ainda com urgência – talvez mais – Elys atravessou de novo corredor e subiu as escadas. Entrou no quarto e fechou e trancou a porta. Como de costume, conferiu se a porta estava mesmo trancada virando bem devagar a maçaneta. Estava. Só então – como de costume – virou e olhou o quarto, o seu quarto, o mesmo de toda a sua vida, de todos os seus 29 anos. [Texto de Diego Franco Gonçales] Continue Reading