A Será? Revista Kuruma'tá, 23 de outubro de 201911 de março de 2021 e agora, esse disparar de corpo que não quer ir e não quer voltar. essa adrenalina de dentes. essa coisa fósforo acesso na mente e entre as pernas colorindo o rosto de vermelho. essas perguntas todas, como gigantes cães de algodão, flutuando e ganindo baixinho. ignorando a rua que está num abandono de dar nó no peito e na garganta. ignorando o perigo do grito que não terá ouvidos. [Texto de Laura Limp] Continue Reading
A As origens do Coringa não estão nos quadrinhos Revista Kuruma'tá, 17 de outubro de 201930 de dezembro de 2019 Nunca fui fã das histórias em quadrinho de super-heróis e, por conseguinte, de suas adaptações para a tela grande. Em grande parte, meu descontentamento vem do maniqueísmo de cartilha que impede a construção mais aprofundada do comportamento tanto dos heróis quanto dos vilões. Comumente, o bem e o mal precisam de estereótipos para sustentar a simpatia e a antipatia do leitor – ou espectador – para que as revistas – ou filmes – rendam alguns trocados. [Texto de Eduardo Frota] Continue Reading
A Não se esqueça de fazer um pedido quando atravessar a ponte Revista Kuruma'tá, 30 de setembro de 201930 de dezembro de 2019 A vontade é a construção de uma ponte, lenta e custosamente, para ligar uma margem a outra. Uma ponte de estrutura sólida, mas que também precisa ser maleável para suportar a ventania. A passagem deve ser livre, sem pedágios, sem cancelas e com portões sempre abertos em ambos os lados. [Texto de Eduardo Frota] Continue Reading
A É preciso morrer para viver Revista Kuruma'tá, 17 de setembro de 201930 de dezembro de 2019 Na casa do meu irmão, improvisamos um cômodo perto da cozinha e lá ela sentou-se na cama e pediu para que matássemos um capão (um galo novo) e preparássemos um pirão com as vísceras, uma receita de família que ela guardava com muito carinho. Assim foi feito. Ela comeu com tanto prazer que fiquei comovido. Lambia os dedos numa atitude que me deixava sempre irritado, mas nesse dia eu sorria com aquela cena maravilhosa de minha mãe comendo e saboreando com todas as papilas e olhares o mesmo prato amigo de minha infância. [Texto de Aderaldo Luciano] Continue Reading
A A ventania na janela são flores pra ela Revista Kuruma'tá, 2 de setembro de 201930 de dezembro de 2019 Gente, mais um texto lindo do Eduardo Frota chegando na Kuruma’tá. Repare só esse começo: Era madrugada quando o vento, inquieto e insistente, deu início ao seu intento. Os sopros tentavam balançar as bordas das cortinas para descortinar o amor, a entrega, a conjunção carnal – o mundo inteiro que cabia naquela microesfera que era o quarto do casal. Continue Reading