Carimã e açaí, ecos da criação

Há exatos 15 dias, escrevi aqui sobre um mingau de carimã que bebi em Salvador há dez anos e do qual jamais esqueci. A vontade bateu e resolvi fazer o mingau desde a produção da farinha de carimã. Pus a macaxeira de molho e assim ficou por 10 dias, sem trocar a água. Poderia ter deixado por oito.

Tirei da água, esmigalhei com as mãos, separei os fiapos grandes e lavei bastante a massa puba. Pus dentro de um pano e espremi para tirar o excesso de água. Essa massa, chamada puba, é utilizada para fazer várias coisas, mas minha finalidade era a farinha. [Texto e fotos de Raíra Moraes]

Os sabores da cultura popular

Chega-nos nesse sábado inverno, com fiapos de sol, ecos da culinária brasileira, pela voz afetiva da paraense de Marajó, criada em Belém, Raíra Moraes. Apaixonada por música e cultura popular, Raíra faz pesquisa nessa área há uns dez anos, sempre atrelando música, culinária local e manifestações de raiz. Só muito amor pela gastronomia, por enxergá-la como cultura e veículo das tradições e história do povo, das gentes desse país enorme e profundamente culinário. Onde se vai encontram-se sabores, combinações inesperadas de ingredientes e descobertas. Com esse olhar e, claro, paladar, Raíra compartilha com a gente suas impressões e experiências. [Texto de Raíra Moraes]