No dia seguinte podíamos ver na frente de casa a fogueira reduzida às cinzas e brasas esparsas, ainda acesas à luz da manhã. A cinza das horas, talvez. Da noite anterior o cheiro do milho persiste, mais na memória que no ar, ou na língua. O último dia de Junho ia assim se esvaindo, como as próprias fogueiras que ao longo do mês enfeitaram a rua e aqueceram histórias e conversas. [Texto de Toinho Castro]
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Junho
Na memória afetiva, Junho começa em março com a procissão de São José. No sertão baiano, os católicos cantavam rimas ao Santo carpinteiro, pedindo chuva para irrigar as sementes de milho. Em Junho, com a colheita farta, as rezas e canções são para o trio católico e tão nordestino: Antônio, João Batista e Pedro. Junho é meu avô acendendo a fogueira e minha avó ofertando a mesa farta. Desde menino, eu sempre olho para o céu nesse mês tão glorioso. [Texto e poema de Márcio Fabiano]