O sertão virou mar

Hoje, no dia das professoras e professores, quero homenagear um mestre que se foi, o querido amigo, e parceiro literário, Nonato Gurgel, que nos deixou em 5 de julho, numa madrugada. Nonato era professor, poeta e escritor. Hoje suas cinzas serão jogadas ao mar, numa cerimônia de afeto, a qual não poderei comparecer mas que acompanharei de longe, conectado pelo coração. Deixo aqui, dedicado a ele neste dia, uma poesia que certamente não está a altura do que ele escreveu, mas que vai ao seu encontro, numa conversa possível entre amigos. [Texto e poema de Toinho Castro]

Os nossos mortos

Hoje é 2 de novembro, dia de finados, dia os mortos. Lá fora, no prédio vizinho, brincam as crianças. lembrei que meus avós, meus bisavós, tavez tenham brincado assim. Talvez tenham corrido pela rua de terra, em alarido, imaginando um futuro que talvez tenha sido outro. Há outros, para além dos meus bisavós, mergulhados num passado que não alcanço. Seus nomes se perderam, as casas em que cresceram. Nada mais existe. [Poema de Toinho Castro]

“Não siga mansamente para essa noite em paz”

E eu pensava no que eu teria ido comprar ali, naquele supermercado. Lista de compras improvisada na cabeça por nunca fui bom em listas de compras. Vinho, comprar vinho para brindar a Lou e Andy e John. Eu lá no meu quarto, num ano distante, colocando New York, recém lançado, para tocar. A voz de Lou anunciando os anos 90… The past keeps knock
knock knocking on my door / And I don’t want to hear it anymore. [Texto de Toinho Castro]