Hoje chegamos ao capítulo final desse texto inquieto e provocador do caríssimo Octavio Aragão. É o quarto episódio da saga anarcoartística de Carlo Rabbio e você vai querer saber como termina, ou se termina… nesse país em looping. — O quadro se fechava na boca escancarada da mulher que gritava em silêncio, mas cuja leitura labial permitia ao público entender a frase “Meu Deus, as crianças”. E fim. Cidade do Caos terminava sua primeira exibição sob silêncio absoluto, numa sala de projeção do DOPS.
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Cidade do caos | Parte III
Agachada e longe da janela, esticou a mão para o capote largo que deixava sempre na cadeira da escrivaninha, pronto para qualquer eventualidade. Na bolsa, uma peruca loura e óculos escuros. Calçou um par de tênis leves, para o caso de precisar sair correndo, e meteu o 38 no bolso do casacão. Achava que assim estaria irreconhecível. O fato de fazer um calor de rachar parecia irrelevante. [Noveleta de Octavio Aragão]
Cidade do caos | Parte II
Num misto de curiosidade e caridade, abraçando as bisnagas como se fossem seus filhos, Maria Luiza se aproximou do grupo. Sofreu algumas cotoveladas, mas conseguiu chegar à margem do rio. O que viu ali ficaria com ela para sempre em seus pesadelos, até a noite em que morreria cercada pelos netos ainda não nascidos, num casebre não muito maior que aquele que habitava. [Noveleta de Octavio Aragão]