Um noite no ferro-velho de Bodoni

Sentamos eu e Ray, lado a lado, na beira do rio. Logo atrás de nós jazia um foguete abandonado, no ferro-velho do nosso amigo em comum, o sonhador Fiorello Bodoni. Da última vez que o vimos já estava doente… lá longe os foguetes, rumo a Saturno ou Vênus, riscavam o céu desde o horizonte num arco. Eu e Ray sorríamos feito crianças que, afinal, éramos. Brindamos com nossos copos cheios de licor de dente-de-leão aos foguetes, ao espaço e aos sonhadores, como Bodoni. [Texto de Toinho Castro]

A chegada do homem na Lua

À noite, estávamos tocando numa boate de Boa Viagem, se não me falha a memória chamava-se “Gatoca”, e tínhamos sido convidados para dividir o palco com uma banda recifense de quem ficamos amigos, Os Moderatos. Lembro que a certa altura alguém subiu no palco e bradou que um homem tinha acabado de pisar no chão da Lua, e como não sabíamos tocar “Lunik 9” atacamos imediatamente de “Ob-La-Di, Ob-La-Da” – como diria um jornalista, “levando o público ao delírio”. [Texto de Braulio Tavares]