“Que nada nos distraia do amor” — Flaira Ferro Virada na Jiraya

Eu conheci a Flaira Ferro porque ando bem acompanhado. Ou pelo menos porque acompanho as boas redes. De olho no Instagram de Chico César eu vi uma postagem que ele fez cantando com a Flaira a deliciosa Cruviana, que está no seu último álbum do paraibano de Catolé do Rocha, O amor é um ato revolucionário. E é mesmo! A partir aí comecei a companhar também o perfil da Flaira e vi chegando esse disco que agora está nas tais das plataformas de streaming e no Youtube: Virada na Jiraya! [Texto de Toinho Castro]

Rua da Matriz, 97

Eu pegava o ônibus, Jordão Alto ou Jordão Baixo, na Imbiribeira e seguia rumo ao centro da cidade. Atravessava o bairro de Afogados e seguia pela avenida Sul, um caminho desolado, margeado de um lado pelo muro que a separava dos trilhos da Rede Ferroviária Federal e do outro por uma sequência de ruínas e galpões semi-abandonados. O fim da jornada era na avenida Dantas Barreto, uma abominação que foi cortada em meio a um bairro fervilhante, derrubando cerca de 400 casarões, eliminando 11 ruas e uma igreja tombada pelo patrimônio histórico. Ali, nesse cenário de terror urbano, ficava o terminal do meu ônibus. [Texto de Toinho Castro]

A cheia de 1975

O Capibaribe cortava moroso o Recife. Visto das pontes em sua lentidão, não se diria que ele seria capaz de tal destruição. Como um gênio preso numa garrafa, silencioso, irado, esperando a tampa ser aberta. Era como se morássemos perto de uma caverna em que dormisse um terrível dragão. Majestoso, porém. Eu amava o Capibaribe e morria de medo dele. [Texto de Toinho Castro]