Sonho, Lama & Caos

Toda a área do Shopping Center Recife, e seu entorno, era um manguezal. Lembro que havia um cano, uma tubulação, que cruzava parte do mangue e era caminho da meninada aventureira para a praia. atravessar pelo cano era um rito de passagem… foi tudo aterrado e testemunhei boa parte desse processo, que é, essencialmente, um processo de perda. em múltiplos sentidos. [Texto de Toinho Castro]

Quando penso no Recife

Esse poema, com alguma modificação, foi publicado no Lendário Livro, coletânea de poesia reunindo trabalhos meus e dessa turma de poetas: Aderaldo Luciano, Braulio Tavares, Nonato Gurgel, Numa Ciro e Otto Ferreira. É um poema que nasceu da minha agonia com a verticalização acirrada do Recife, do seu céu sangrado de arranha-céus. Mas onde resiste o Recife? resistirá? O que resta, que réstia da cidade onde cresci? Não é possível deter as transformações do mundo, mas não deveriam ser essas transformações uma força destrutiva. Recolho em versos minha indignação e espero que reverbere, para que reste um Recife digno do Capibaribe. [Poema de Toinho Castro]