A Maracatron Revista Kuruma'tá, 19 de agosto de 201930 de dezembro de 2019 Enquanto isso, a cidade procura continuar a vida, com velas acesas, geradores a diesel ronronando em porões e galpões, casais furtivos aproveitando a súbita escuridão. Já os jornalistas se atormentam noite a dentro em busca de especialistas e autoridades que tenham uma resposta ou uma daquelas perguntas que parecem resposta. Mas as autoridades não sabem nada. Nosso trabalho está muito além das autoridades. [Texto de Toinho Castro] Continue Reading
A Diversões eletrônicas — Viva Arrigo Barnabé! Revista Kuruma'tá, 9 de agosto de 201930 de dezembro de 2019 Eu já estava há tempos ligado em poesia e Maiakóvski e tudo que vinha filtrado pelos irmãos Campos. Bota aí Mallarmé, os provençais, Ezra Pound, essas coisas, já me achando meio chique; então quando vi o livro, parei ali mesmo, curioso quanto ao personagem que se escondia por trás dele. Parece que aquele livro me reservava mais uma grata surpresa. Meu gosto por literatura estava mais afiado que meu gosto musical, que capengava em certo rock’n’roll que perdia espaço com a nova década. [Texto de Toinho castro] Continue Reading
A Os sons da feira central de Campina Grande Revista Kuruma'tá, 7 de agosto de 201930 de dezembro de 2019 Dias depois Braulio, de novo ele, postou na sua rede social essa incrível gravação. Cerca de 6 minutos de áudio gravado na feira de Campina Grande, sua cidade, na Paraíba.. A gravação é um trabalho maravilhoso de Orlando Freitas, que nos mergulha no burburinho das falas populares, dos pregões, dos passos e ruídos e músicas esparsas. Sons que emergem e submergem em meio a outros sons. [Texto de Toinho Castro] Continue Reading
A Rua da Matriz, 97 Revista Kuruma'tá, 31 de julho de 201917 de abril de 2020 Eu pegava o ônibus, Jordão Alto ou Jordão Baixo, na Imbiribeira e seguia rumo ao centro da cidade. Atravessava o bairro de Afogados e seguia pela avenida Sul, um caminho desolado, margeado de um lado pelo muro que a separava dos trilhos da Rede Ferroviária Federal e do outro por uma sequência de ruínas e galpões semi-abandonados. O fim da jornada era na avenida Dantas Barreto, uma abominação que foi cortada em meio a um bairro fervilhante, derrubando cerca de 400 casarões, eliminando 11 ruas e uma igreja tombada pelo patrimônio histórico. Ali, nesse cenário de terror urbano, ficava o terminal do meu ônibus. [Texto de Toinho Castro] Continue Reading
A A cheia de 1975 Revista Kuruma'tá, 18 de julho de 201914 de maio de 2021 O Capibaribe cortava moroso o Recife. Visto das pontes em sua lentidão, não se diria que ele seria capaz de tal destruição. Como um gênio preso numa garrafa, silencioso, irado, esperando a tampa ser aberta. Era como se morássemos perto de uma caverna em que dormisse um terrível dragão. Majestoso, porém. Eu amava o Capibaribe e morria de medo dele. [Texto de Toinho Castro] Continue Reading