Diversões eletrônicas — Viva Arrigo Barnabé!

Eu já estava há tempos ligado em poesia e Maiakóvski e tudo que vinha filtrado pelos irmãos Campos. Bota aí Mallarmé, os provençais, Ezra Pound, essas coisas, já me achando meio chique; então quando vi o livro, parei ali mesmo, curioso quanto ao personagem que se escondia por trás dele. Parece que aquele livro me reservava mais uma grata surpresa. Meu gosto por literatura estava mais afiado que meu gosto musical, que capengava em certo rock’n’roll que perdia espaço com a nova década. [Texto de Toinho castro]

Rua da Matriz, 97

Eu pegava o ônibus, Jordão Alto ou Jordão Baixo, na Imbiribeira e seguia rumo ao centro da cidade. Atravessava o bairro de Afogados e seguia pela avenida Sul, um caminho desolado, margeado de um lado pelo muro que a separava dos trilhos da Rede Ferroviária Federal e do outro por uma sequência de ruínas e galpões semi-abandonados. O fim da jornada era na avenida Dantas Barreto, uma abominação que foi cortada em meio a um bairro fervilhante, derrubando cerca de 400 casarões, eliminando 11 ruas e uma igreja tombada pelo patrimônio histórico. Ali, nesse cenário de terror urbano, ficava o terminal do meu ônibus. [Texto de Toinho Castro]