Texto e entrevista Toinho Castro
Ludi Um é aquela pessoa que muito admiro, tanto pelo seu trabalho artístico como também pela sua postura diante do mundo. Um sujeito aguerrido, com muita clareza em sua luta. Conheci Ludi na Universidade das Quebradas, uma iniciativa de rara beleza, capaz de agregar as mais sinceras vozes da periferia para mostrar que o centro está em toda parte, que talento, desejo e potência estão lá, na Maré, no Acari, no Dendê… e lá estava Ludi, nascido no Morro do Dendê, participando desse espaço de trocas com sagacidade.
Fomos aos poucos, sobretudo pela web, travando o que se chama de amizade e fiquei de olho nele, aguardando o lampejo de suas músicas. Recentemente vi que ele estava com um single apontando na esquina dos serviços de streaming e me liguei na expectativa. “Raspando” foi lançada na semana passada e veio carregada da poesia do amigo, que já me era familiar. Chegou tinindo, certeira em cada verso, traçando sem medo a vida desse cara de voz rouca e muita vontade política e poética.
Tive então a oportunidade de sentar com esse mestre lá na Casa Naara, no centro do Rio, espaço acolhedor e necessário numa cidade cada vez mais fechada e dividida e machucada. Conversamos e escutei mais do que falei, sobre os caminhos de Raspando e do disco que ela anuncia, um trabalho em processo de criação que logo mais despontará na atenção. A infância, a música, o aprendizado da poesia e da palavra e os muitos caminhos que desaguam nessa presença que Ludi, abraçado aos seus Orixás.
Agora vamos escutar essa conversa boa, devidamente gravada, enquanto esperamos ansiosos o disco Xangô|Oxum, que não tarda!
Salve, Ludi!
AGENDA KURAMA’TÁ
Ludi Um com Xangô|Oxum – [em processo]
Dia 5 de novembro
Casa Naara
Rua Teófilo Otoni, 134, centro do Rio
Horário: 19h às 23h