Tilia L. Revista Kuruma'tá, 23 de novembro de 20198 de março de 2021 Texto de Adriana Nolasco Lucía precisava de um chá. Precisava de muitas coisas, embora soubesse que a simplicidade era a chave do seu portão. Porém, sabia, não se sabe como, que simples não queria dizer fácil. Queria dizer, isso sim, tantas coisas. Ela também. Que na verdade gostava de café, mas a bebida tinha sido proibida, ao menos por um tempo (que não se esgota) por causa da gastrite que ganhou quando começou a sentir medo. Nesse período também não podia beber álcool, mas podia sim tomar pílulas de diferentes tamanhos e cores que tinham a função de domar seus neurotransmissores, que insistiam em transmitir sem parar, a despeito de tudo. Lucía tinha acabado de descobrir, ao ir num enterro, o primeiro naquela terra, que a morte é o nascimento ao contrário. Não o contrário do nascimento. E que se viemos do nada e nos transformamos em matéria, o nada não chega a ser nada, mas alguma coisa. Mesmo raciocínio com a morte, que dizem nos levar ao nada que, no entanto, também é a mesma coisa de antes do nascimento, ou seja, alguma coisa. Procurava explicações pra tudo embora quase nunca as encontrasse. Nem mesmo nos dicionários e livros que lia com muita atenção, principalmente aos errros ortográficos, considerados um tesouro em meio a tantas regras e certezas. Amava os erros, assim como o rótulo das coisas. Tilia L. é um género botânico pertencente à família Malvaceae. A ele pertencem as árvores de nome comum tília. É típica de regiões de clima temperado, com estações do ano bem demarcadas. Para os germânicos, as tílias eram árvores sagradas com poderes mágicos que protegiam os guerreiros. Pela sua leveza e outras características, a madeira de tília (em inglês: basswood) é utilizada na construção de corpos de guitarras maciças, como alguns modelos da Fender fabricados no Japão, e na construção de baterias. A maior tília existente em Portugal (em Paredes) tem 22 metros de altura e 24 metros de diâmetro de copa e, segundo o seu proprietário a colheita da sua flor ocupa 20 homens durante 3 dias. Foto: Stefan Wernli – Fonte: Wikipédia A Adriana NolascoAfetoBotânicaContoCrônicaLucíaTilia L.
Mais um lindo texto de Adriana que tbem é Lucia de luz Como no texto somos conduzidos a mistérios , a questionamentos Parabéns Adriana Responder