Tuini: Disco lindo e clipe novo!

Texto de Toinho Castro


Tuini – Foto de Marília Cabral

Não tem muito tempo que minha amiga Mônica me passou a dica da Tuini e seu disco novo, Encanto. Uma pessoa lança um disco, ou um livro, filme, etc, em tempos como esses que vivemos, em que resistimos bravamente, eu quero logo prestar atenção, saber o que é, de onde vem, o que me traz. Com esse disco, de estreia, da Tuini, lançado em maio, não foi diferente. Imediatamente dei play na vitrola virtual do Spotify (Ah, quem dera esse disco em vinil…) e, nossa, que alegria.

É um disco que, desde a capa, transmite uma força, uma vibração autêntica. E vamos combinar que é preciso arte que gere alegria em tempos de pandemia, não é mesmo?!

Agora mesmo, enquanto escrevo, boto o disco pra tocar de novo e começa logo com um baião, Janela! Nesse junho, nesse friozinho carioca, a canção traz um cheiro junino, uma esperança de varanda, de quintal, de conversa na calçada. Vou escutando música a música desse disco cheio de gente, que canta, que chama um ao outro, gente que dança. Mesmo sentado aqui na cadeira, enquanto digito essas linhas, a alma balança, a alma dança.

Recordo que lá em casa, quando eu morava no Recife, tinha um jasmineiro bem na entrada, junto ao portão. Aí escuto Jasmineiro, me convocando a memória. Se há uma nostalgia no cancioneiro de Tuini, há um impulso adiante, impulso de vida. Ter futuro é ter memória. Numa conversa com o Brasil, ela vai levando seu disco. E o Brasil de Tuini é esse país que brota do chão. Brasil dos mistérios, Brasil sonhado.

Fica a dica, bote Encanto pra tocar! Chame seu par, seja quem for, pra dançar. Vá pra janela e cante alto. E não se engane com a doçura, a leveza, a ternura. Encanto é um disco de resistência. De um país que resiste no verso, na moda da viola, na flauta, na voz dessa mulher desfiando a beleza e o poder da nossa cultura. Se ligue, tem uma janela aberta no meio dessa pandemia! Foi Tuini quem abriu!


E Tuini nos reserva ainda encantos, surpresas. Ontem foi lançado o clipe da música Navegante, que encerra o álbum lindamente.

“É uma canção que trata de questões muito profundas. Fala do percurso da vida. Todos nós somos navegantes em busca de encontrar a nossa própria água e alçar os vôos que nos esperam nesse plano. E é muito significativo que o clipe dessa canção seja um making of, pois, para mim, a gravação desse disco é um dos maiores voos da minha existência”, diz Tuini sobre o trabalho, que você pode apreciar aqui!


Tuini tá bem acompanhada demais em Encanto. Confira a riqueza:
Diogo Sili (violão, produção e direção musical), Luís Barcelos (bandolim), Marcelo Cebukin (flautas), Ramon Múrcia (percussão) e o saudoso Chico Oliveira (baixo) fornecem a base. Kiko Horta (acordeon), Yuri Villar (sax soprano), Maria Clara Valle (violoncelo), Renata Neves (violino), Tina Solon (viola), Bruno Repsold (baixo acústico) e Rodrigo Abreu (quenas) trazem as suas contribuições. Os arranjos, em clima nordestino, são de Luiz Morais, que coassina a direção musical com Sili.


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