Financiamento coletivo: A fonte dos relâmpagos, de Braulio Tavares

Texto de Revista Kuruma’tá


E o financiamento coletivo é o caminho da gente pra por nas ruas, nas estantes, nas praças e vitrolas os projetos que a gente acredita! Cultura no Brasil, cada vez mais tem que sair do povo, da vontade e da iniciativa das pessoas que acreditam nela. Assim a gente vai publicando livro que as grandes editoras não publicam, discos que as grandes gravadoras não lançam, espetáculos e outras inciativas que o tal do mercado não tá disposto a apostar e pôr na rua!

E é na pisada valente do financiamento coletivo que o grande poeta, escritor, músico e outras coisa mais, Braulio Tavares, trabalha seu novíssimo lançamento, o livro A fonte dos relâmpagos, em edição da Editora Arribaçã, de Cajazeiras, na Paraíba (leia-se, Linaldo Guedes e Lenilson Oliveira)!

A fonte dos relâmpagos reúne mais de 40 artigos do Braulio, sobre cantoria de viola, literatura de cordel, poesia em geral, e outras crônicas sobre o que os cronistas tradicionais chamam de “aspectos pitorescos” do Nordeste e da Paraíba. Ou seja, uma riqueza que só mesmo a pena de Braulio Tavares pra trazer pra gente, numa fina escrita, esses retratos de toda uma rede cultural.

Esse texto de hoje na Kuruma’tá é um convite, para que você participe desse acontecimento, que a é a publicação de A fonte dos relâmpagos. Chegue lá no Catarse e colabore, para que a expressão cultura, mais legítima, do nosso povo, se cristalize nesse livro

COLABORE COM O FINANCIAMENTO COLETIVO DE A FONTE DOS RELÊMPAGOS


No livro A FONTE DOS RELÂMPAGOS, reuni 40 artigos que escrevi sobre poesia, música popular, literatura de cordel, cultura oral, como estas memórias do cantador João Furiba, conhecido como O Rei da Mentira, mas que dizia verdades inacreditáveis para quem não é daquelas bandas:

“Nasci no dia 4 de julho de 1931, no sítio Bomba d’Água, de Serra de Cachoeira, no município de Taquaritinga do Norte, no Agreste Pernambucano. Minha mãe lavava roupas à margem do rio quando, num repente, eu vim ao mundo. Muito nova e inexperiente minha mãe correu assustada para casa.- Mãe! – disse à minha avó.
— Acho que abortei na beira d’água!
Minha avó correu para ver e encontrou-me, do tamanho de um preá, ainda envolto na placenta. Pegando-me com cuidado, levou-me para casa julgando que eu estivesse morto.
Quando fiz alguns movimentos, procuraram agasalhar-me melhor. Encubadeira não havia. Com os restos de algodão da roça, embrulharam-me e colocaram-me numa caixa de sapatos”.