Poemas de Tayline N

Tayline Nunes tem 24 anos e é Curitibana. Gosta de ler e escrever. Por volta dos 10 anos de idade começou a discorrer textos. Escrevia para se libertar. Sempre deixou ocultas suas redações, até que nesse ano criou coragem para apresentar seus trabalhos para as pessoas próximas. E agora trouxe seu trabalho para as páginas da Kuruma’tá! Seja muito bem-vinda, Tayline! Kuruma’tá de portas e janelas abertas.

Faça como Tayline e envie seus poemas, crônicas, contos, o que seja, para a Kuruma’tá!


Ingênua

Quando me tocaram
sem eu deixar,
Me senti invadida
Criouse um sentimento placebo,
Frio,
sombrio,
e aterrorizante.
Quis gritar,
Vi meu lado ingênuo
Tornarse um lugar duvidoso,
Desconfiado,
e amargurado
A essência de uma criança pura e inocente acabou,
Em instantes.
Desconfiaram
diziam ser mentira
Agora eu me pergunto
Eu mentiria para quem?
Porque
Não me olharam
Doeu,
Minha mãe coitada,
Pobre mãe
Que não acreditava,
Vestia uma armadura de leoa
Não podia ser verdade
.
Quem fizera seu filho sofrer?
Quem rompera a nobreza desse cristalzinho!?
Lapidou sua primogênita,
Para um qualquer tirar isso dela.
Apagaram,
Incendiaram,
E adormeceram,
Seu lindo sorriso.
Agora,
No lugar de risos
Lágrima.
No lugar da verdade 
Mentira.
No lugar de lealdade
Desconfiança.
Por fim, Um vazio.
Um silêncio.
Me roubaram,
Me tiraram,
E ainda 

Dói.

 


Santos Andrade

Ao meu redor pássaros,
Barulho de água
Silêncio.
O verde das folhas e árvores
Um banco de madeira, parece resistir para não apodrecer igual seres que neles estão sentados
Algumas barracas
Sabe Deus o que se
Vende nelas
Será que vendem desafeto? amor?
Os prédios vazios
Talvez às 9 da manhã, nesse sol que raiou
Ainda alguém esteja dormindo,
Tomando café, criando coragem para acordar.
O branco que clareia a praça
Comporta milhares de mentes que querem aprender algo, com alguém
A vista daqui e o silêncio acompanha a solidão que muitos carregam, Embora eu esteja tão solitária
Quanto
eles. Perguntei para um desconhecido
Que vestia amarelo
De fone
Óculos escuro
Se
onde estávamos era a praça
Santos Andrade
Ele com clareza diz que sim,
Mas Andrade é tão comum
E Santos é a ambiguidade de um ser puro
O que te faz diferente disso?
As aves voando
Buscam também a liberdade que até hoje não encontrei.
Ao piar dizem o que?
Com olhos a 360 graus avistei algumas pessoas sentadas
Uma criança caiu
Vestimenta azul
Passou as mãos sobre as calças, como quem limpara para esquecer e sair correndo novamente.
A solidão toma conta
Silêncio.

 


O café

O café pode ser amargo como a dor
De um amor
Não
correspondido
Mas ele também pode ser tão doce
Quanto às palavras que eu descrevo
Claramente direcionada á você
Suas interpretações
O modo que você me decifra
Eu sei que não é tanto
Mas é o suficiente para nos manter
Mesmo sem teu toque eu te sinto
Mesmo sem te ter eu te tenho 
É evidente
Eu te sinto mesmo que de longe
Será que isso é amor?
Eu não gostaria de rotular absolutamente
Nada sobre você
Dentro de mim tem tanto de nós
E eu me perco 
Eu sou uma poeta desconhecida
Que você conheceu
O desespero dia após dia sem saber
Sem ter repostas
Mas quais eu gostaria de ter
Se o AMOR supera tudo
Eu ainda não superei
Se amar for essa avalanche
Submeterse a ser
E a ter algo indecifrável
Delicadamente te lapido
E aos poucos te tenho
Soltar você seria como me jogar da ponte
A mais alta existente
E eu não sei onde encontrala
Você sabe?
Seus sinais são apenas vestígios
Que instigam
E sangram
Mas me diga como 
Me mostre aquilo eu que preciso ver
Ao tocar a pele dela te satisfaz?
Pudera eu,
Pudera por um instante
Pudera
Suas pupilas também dilatam ao vê-la?
A velocidade do seu coração é a mesma ?
Me mostre 
Ao invés de fazer seses
Seja amarga ao ponto de embrulhar meu estômago
Ou doce até me dar uma overdose
Mas não seja incapaz 
Tão incapaz
De me dizer
E não deixe vestígios
De que ainda se importa