Chegando uma nova voz na Revista Kuruma’tá! É a Cantora e compositora, Ana Egito, que tem uma super trajetória musical e esse talento para escrever que você confere em seu primeiro texto para a nossa comunidade! Bem-vinda, Ana!
Texto de Ana Egito
Antes que me diga que estou só, lhe digo, esta é a minha casa, onde não escondo minhas asas, vontades, aptidões, nada e nem ninguém pode sobrepor a paz que almejo, nenhum ladrão me rouba o sono, nem mesmo a chuva emudece meu canto, ao contrário, me encanta o ritmo que as gotas promovem junto às folhas, os galhos são marquises que não me deixam encharcar.
Do alto, consigo ver os porões dos dias cinzentos, ao mesmo tempo, apuro os atalhos verdes e ensolarados onde outros cantos se juntam ao meu, resistimos aos predadores na camuflagem da paisagem que ninguém vê, nós sim, somos poesia viva das cores que encantam os homens que também querem aprender a voar.
Se meu canto falasse, seria sim, em alto e bom som, se meu canto chorasse, seria não, talvez nunca mais, se meu canto é canto por puro que é só ser, ele é esperança, bondade, beleza que não se esnoba, liberdade que não se acaba, pequenos vôos de fazer-se ninho, grandes sonhos de inúmeros laços.
Sim, esta é a minha casa, sem portas ou janelas, à sombra, você pode repousar.
Cantora e compositora, Ana Egito é uma artista com trajetória internacional. Aclamada por crítica e público por sua performance e voz afinada seu primeiro contato com a música veio através dos Festivais da Canção e sua carreira profissional teve início na década de 1980, tendo como padrinho e mentor o saudoso cantor e ator Ivon Cury. Ele a levou para se apresentar como caloura no programa de TV “Cassino do Chacrinha”. Naquele dia ela ganhou o prêmio e foi convidada para participar da “Caravana do Chacrinha”.