Independência Poética: Lorena Ribeiro

Independência Poética é uma série de entrevistas realizadas por LORENA LACERDA

Poeta de hoje: Lorena Ribeiro

Lorena Ribeiro é soteropolitana, graduada em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia e doutoranda em Língua e Cultura pela Universidade Federal da Bahia. Escritora, produz poesias, contos e literatura infantil. É idealizadora do projeto Passos entre Linhas (no Instagram e YouTube). Nele, tem como foco a divulgação de autores brasileiros (sobretudo da Bahia), principalmente autoras negras. É também idealizadora do projeto Lendo a Bahia (incluindo o clube de leitura de mesmo nome), coidealizadora do projeto de escrita criativa Entre Escritas e é uma das produtoras de conteúdo no Clã das Pretas. Em 2020, teve aprovado o projeto “Estações de Leitura: Acervo Móvel Literário de Escritoras Negras Baianas” pela Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc. Lorena tem publicado o livro infantil “O divertido glossário da Jana”, e faz parte de antologias de poesias e contos. É possível encontrar mais informações sobre a artista em: www.eulorenaribeiro.com

O que te inspirou a começar a escrever?

Eu comecei a escrever em diários, ainda na infância. Como eu sou uma pessoa que, desde sempre, guardo muito do que sinto pra mim, costumava expor no papel o que me angustiava e o que me chamava atenção. Do diário, passei a escrever em versos, conhecendo outros gêneros e estilos literários com as leituras, no passar dos anos.

O que você faz quando percebe que está com bloqueio para novas poesias?

Sento e choro. (risos – brincadeira)

Eu costumo não forçar a escrita. Fico observando pessoas e outras artes (filmes, séries, quadros), faço anotações que possam me inspirar futuramente e, quando estou com a cabeça mais centrada, volto a essas notas para tentar produzir algo. Eu não acredito que o exercício da escrita seja algo “de inspiração momentânea”; depende de exercício e constância, mas como eu não tenho ainda a literatura como profissão central, acabo priorizando outras demandas e deixando para escrever quando estou com foco.

Seu maior sonho como escritor(a)?

Creio ter sido realizado este ano: ter meu trabalho valorizado e ser convidada pra grande evento literário (como a Bienal do Livro Bahia). E eu espero que não pare por aqui. Vou criando novos sonhos para serem realizados. (risos)

Assunto preferido de escrever?

Racionalmente, não consigo pensar em um assunto específico, mas percebo em minhas poesias muito do cotidiano.

Um elogio para sua própria escrita?

Essa é difícil! Hum…
Acredito que minha poesia seja afetiva ♥

Já publicou algum livro? Quais? Caso não, tem planos?

Com poesia, tenho texto na “Estações de Leitura: Acervo Móvel Literário de Escritoras Negras Baianas – Antologia” (disponível gratuitamente, online) e na “Poetas Negras Brasileiras: uma antologia”. Livro solo, tenho publicado a obra infantil “O divertido glossário da Jana”.

Quais inspirações do cotidiano despertam sua escrita?

O cotidiano em si, como um todo, é inspirador: cada detalhe, seja a disputa para encontrar um lugar pra sentar no metrô ou uma pessoa saltando de uma grande pedra, em direção ao mar, num dia de sol.

Qual dos seus poemas mais te define?

Citarei duas: “Desencontros” e “Esse cabelo”. Vocês podem ler aqui: https://www.ccrmetrobahia.com.br/media/2458/exposi%C3%A7%C3%A3o_prj_poesia-sobre-trilhos.pdf. Esse é um material que ficou exposto numa estação de metrô em Salvador, no início de 2020, na exposição Poesia sobre Trilhos.

Qual a parte mais fácil e mais difícil da escrita para você?

A parte mais fácil é talvez a primeira escrita, sem filtro, livre. Tem processos criativos que são mais gostosos que outros, mas sempre é difícil para mim mostrar meus textos para outras pessoas.

Qual sua obra favorita de outro autor(a)?

Outra pergunta difícil: eu tenho muitas obras favoritas de muitas autoras queridas. Mas se é para escolher uma, indico “O caminho das estações”, de Jovina Souza.