Haicais são sempre bem-vindos aqui na Kuruma’tá. A concisa forma poética japonesa, que teve como mestre Matsuó Bashô, tem encantado e desafiado poetas e amantes da poesia ao longo dos séculos. Diego Petrarca aceitou o desafio, para a nossa sorte, e adicionou sua palavra a esse legado.
Seja bem-vindo, Diego!!
Janela aberta
fio de vento
arrepio de lábio
Folhas na calçada
a tarde acaba
atrás das casas
Noite choverando
asfalto molhado
a rã salta alto
Rosto no espelho
espelha o mesmo rosto
no lago sereno
Folhas agitadas
begônias surpresas
no fim de tarde
Diego Petrarca nasceu em Porto Alegre em 20 de março de 1980. Mestre em Teoria Literária – Escrita Criativa. Publicou, entre outros, os
livros Tudo Figura, (2014), – selecionado pelo Plano de Edições do Instituto Estadual do Livro (indicado ao prêmio AGES poesia 2015) e
Carnaval Subjetivo (Bestiário – 2018), Melhor é ser um peixe (Plaquete – Bestiário). Tem poemas publicados em mallarmargens, Literatura & Fechadura, Acrobata e Redesina.