Independência Poética é uma série de entrevistas realizadas por LORENA LACERDA
Poeta de hoje: Paula Maria
De Vila Velha/ES, é escritora, psicóloga, artista e pesquisadora autônoma. Gosta de escutar, falar e aprender coisas novas. Escreve cartas, zines e cartões postais, os quais envia pelos correios através do projeto @teescrevocartas. Finalista do Prêmio Off Flip de Literatura 2022, na categoria Poesia. Em 2022, publica Primeiros Pedaços, seu primeiro livro pela Editora Pedregulho.
O que te inspirou a começar a escrever?
Aprender a escrever, do verbo me alfabetizar. Sempre me encantei com a possibilidade da escrita, tudo nela me encanta. Pelo hábito ter se consolidado, pude ir aprendendo em diferentes fases como adaptá-lo às minhas necessidades – que em sua maioria, eram sobre me expressar. Atualmente, o que me inspira é o cotidiano e principalmente poder andar por aí de novo – depois desses anos horríveis que passamos.
O que você faz quando percebe que está com bloqueio para novas poesias?
Ando pelo mundo prestando atenção, como na música. As coisas, as pessoas, os pequenos acontecimentos estão por aí, em busca dum lugar pra repousarem – acredito que a poesia seja esse lugar. Não costumo ter bloqueios criativos, acredito que se acontecem, é porque estou cansada ou estressada.
Seu maior sonho como escritor(a)?
Ser lida, com ou sem prêmios, mas que minhas palavras possam chegar até as pessoas e dali, não serem mais minhas.
Assunto preferido de escrever?
Sobre o amor e minhas experiências com ele, talvez um clichê, mas não me importo.
Um elogio para sua própria escrita?
Gosto da minha insistência e da busca por uma forma.
Já publicou algum livro? Quais? Caso não, tem planos?
Já publiquei solo duas vezes, um ebook na Amazon, de contos curtos e meu livro de poesias, Primeiros Pedaços, pela Editora Pedregulho. Planos sempre tenho muitos, sou uma pessoa de ideias e vontades…
Quais inspirações do cotidiano despertam sua escrita?
Atualmente tem sido o caminho até a faculdade.
Qual dos seus poemas mais te define?
“três pontos”, que foi finalista do Prêmio OffFlip.
Qual a parte mais fácil e mais difícil da escrita para você?
A mais fácil é que não preciso de muita coisa além de papel e caneta (ou o celular). A mais difícil é criar algo totalmente fictício, coisa que ainda não consegui, mas que pretendo algum dia realizar. Quero muito escrever um romance ficcional, só não sei quando.
Qual sua obra favorita de outro autor(a)?
Do desejo, Hilda Hilst.
Um livro de Paula Maria
Nome da obra?
Primeiros Pedaços.
Quando e em qual editora foi publicada?
Outono de 2022, Editora Pedregulho.
Existe um tema central nos seus poemas/poesias? Qual?
Processos de autoconhecimento, amores, perdas.
As poesias são divididas em fases nessa obra? Se sim, o que te motivou a fazer isso?
Não as divido, não encontrei necessidade.
O que te incentivou a escrever esse livro?
A imensa vontade de editar um conteúdo que tivesse um corpo de livro. Sou feliz em ter conseguido.
É possível destacar uma poesia que mais se assemelha a seu cotidiano?
Hoje tenho me identificado bastante com “efêmera”.
A sequência dos poemas conta alguma história?
Não.
Existe algum posicionamento político ou cultural na obra?
Com certeza.
Qual a relevância dos personagens implícitos/explícitos da obra?
Tudo ali faz parte da minha história, nesse livro não há ficção.
Qual a poesia mais marcante desse livro?
Dois são particularmente expositivos, “religiosa” e “portão de embarque”.