O sertão virou mar Revista Kuruma'tá, 15 de outubro de 202018 de outubro de 2020 Texto e poema de Toinho Castro Hoje, no dia das professoras e professores, quero homenagear um mestre que se foi, o querido amigo, e parceiro literário, Nonato Gurgel, que nos deixou em 5 de julho, numa madrugada. Nonato era professor, poeta e escritor. Hoje suas cinzas serão jogadas ao mar, numa cerimônia de afeto, a qual não poderei comparecer mas que acompanharei de longe, conectado pelo coração. Deixo aqui, dedicado a ele neste dia, uma poesia que certamente não está a altura do que ele escreveu, mas que vai ao seu encontro, numa conversa possível entre amigos. Obrigado, nonato. aprendi contigo a delicadeza. Foto de Toinho Castro O Sertão vai virar marproclamou conselheirosem saber que falava desse dia de outubroem que o poeta nonatotem as suas cinzasjogadas sobre as ondasdo atlântico morto, não tomouconhecimento o poetade que a profecianele se realizariasoprado que foidesde caraúbaspor sobre o territóriobrasileiroaté essa praiano rio de janeiro de onde agorase espalhaonde agora se misturaa essa águaque em milhões de anos recuoudeixando no chão do sertãovestígios fósseisde criaturas marinhas se hoje eu e nonatopudéssemos conversarfalaríamos sobre essas coisassobre o sertão e sobre o marsobre a vida incrustada nos lajedossobre a profecia de um sertanejosobre a poesiaque é esse lampejoindecifrável A AfetoAntonio ConselheiroMemóriaMorteNonato GurgelPoesiaSertãoSertõesToinho Castro