Entrevista com Jonathan Uliel Saldanha

O músico Jonathan Uliel Saldanha não é uma pessoa fácil de entrevistar, dada a imensidão de projectos que tem. Convenhamos, é impossível estar a par de todos, há sempre um que nos escapa. Portanto, a conversa na Oficina Municipal do Teatro, dois dias antes da apresentação do seu espectáculo com a Vera Mantero no Linha de Fuga, começou com esse facto assumido e acatado. O resto foi o que se segue: um portal aberto para uma espécie de Being Jonathan Uliel Saldanha. [Por Carina Correia]

— O que será de nós? O que será?

Concedo hoje a liberdade de publicar na Kuruma’tá uma pequena seleção de poemas escritos pela minha mãe, Lenira Castro. Não por nada… é que ontem ela me perguntou o que era preciso fazer para publicar uns poema na revista. Que singeleza de pergunta! Tenho aqui comigo os poemas, nos cadernos em que ela os escreveu. Fico feliz em publicá-los, pensando na riqueza enorme e anônima da poesia do Nordeste, em que cada família tem pelo menos um poeta.

Entrevista a Vera Mantero

Fui ter com a Vera Mantero à Oficina Municipal do Teatro numa correria para aproveitar a pausa que tinha do seu trabalho. Enquanto comia uma maçã vermelha, a Vera ofereceu-me a outra ponta do sofá, fazendo notar que era o seu momento de descontracção. Percebo, pois o espectáculo que estaria prestes a apresentar seria tudo menos descontraído, não fosse ele uma viagem ao lugar dos monstros, do obscuro e do feio. E por isso mesmo, a nossa conversa fez-se num ritmo macio, absoluto respeitador do momento. [Por Carina Correia]