Literatura Água limpa Revista Kuruma'tá, 3 de agosto de 202322 de novembro de 2024 Texto de Anderson Nogueira — O último rebento cresceu, “como o tempo passa rápido igual carreira de bode”, assim se diz por aqui. Já tem sombra de bigode e tanta espinha na cara que parece mandacaru de janeiro, que não fulora na seca. Quase nunca viu chuva, nem se lembra quantas vezes. Não conhece enchente, temporal nem sabe o que é. Água limpa nunca viu. Nem bebeu, não sabe do sem-gosto da água limpa: “água tem gosto de terra”. Continue Reading
Conto Existência e coragem Revista Kuruma'tá, 28 de julho de 202322 de novembro de 2024 Texto de Aline Valente — Depois de algum tempo olhando para aquela mulher, eu compreendi a legitimidade da falta de vontade de viver. Viver era só enfretamento para ela. A existência exigia muita coragem. E a coragem não legitimava a existência. Eu fiquei ali olhando para ela enquanto ela falava. Me perguntava de qual lugar abscôndito ela tirava força para se levantar, o pouco que fosse. Fosse pouco, era muito para enfrentar o passado e o presente. Continue Reading
Crônica O poço profundo da Península de Kola Revista Kuruma'tá, 5 de julho de 202322 de novembro de 2024 Texto de Toinho Castro – Você sabe onde fica a Península de Kola? Não sabe? Pois bem, fica no muito norte do território da Rússia, já depois de ultrapassar o Círculo Polar Ártico. Lá, na tal Península de Kola, estão os restos, o que sobrou, de uma experiência científica comparável, talvez, à conquista do espaço. Trata-se do poço super profundo de Kola. Continue Reading
A A morada Revista Kuruma'tá, 4 de maio de 202310 de outubro de 2023 Texto de Ana Egito — O céu é o limite do meu olhar, ávido, encarnado, na busca incessante das verdades que mudam o rumo das nossas vidas, na fé inabalável em um Deus que me permite ser melhor e mais confiante, frente às incertezas que rondam como sombra o cotidiano, o presente, nela, está o futuro que se abre aos meus pés. Continue Reading
A Prefácio Revista Kuruma'tá, 2 de maio de 202310 de outubro de 2023 Texto de Luiz Fernando de Oliveira Minhas distâncias ficaram maiores. É o preço que pago tentando não sofrer. Passo por outras ruas, dou voltas, retardo as chegadas. A pé eu me canso, mas não encurto os meus caminhos por aquela rua, não mais. Paralelas à rua onde moro, na direção… Continue Reading