O rastro selvagem se espalha

A gente sabe que Revista Kuruma’tá tá dando certo, existe de verdade quando chegam esses retornos inesperados. Gente que lê, que curte e compartilha nossas publicações, que acompanha nossas lives… quando a gente vê os números de seguidores aumentando nas mídias sociais, nos números animadores do Google Analytics. Mas também quando nos chega um e-mail, uma mensagem no Facebook ou Instagram, de alguém que se identificou a ponto de querer que a gente publique seus textos, seus poemas. Foi assim com Anna Apolinário, poeta da Paraíba, que nos enviou três poemas inéditos de sua lavra.

Produtora cultural e organizadora do Sarau Selváticas (@sarauselvaticas), Anna estreou em 2010, com Solfejo de Eros (Câmara Brasileira de Jovens Escritores). Publicou ainda Mistrais (Prêmio Literário Augusto dos Anjos, Edições Funesc, 2014), Zarabatana (Editora Patuá, 2016) e Magmáticas Medusas (Editora Cintra/ARC Edições, 2018). Seu próximo livro A chave selvagem do sonho será publicado em 2020 pela Editora Triluna.

Anna, seja bem-vinda à Kuruma’tá!

Poemas de Anna Apolinário


Centelha

Sou a mulher que veio do sonho
Nascida de incêndios
Iniciados por outras mulheres
Eu venho do cerne das vertigens
Trago o verbete mágico
E meu rastro selvagem se espalha
Por livros sem fim


Akai Ito

Teu coração:
um tambor místico
pronunciando todos os meus nomes

Minha pele:
uma tempestade tatuada em teu espírito

Nosso beijo:
o espelho do apocalipse conspurcado
por um vislumbre do infinito


Lunando

Devolver à terra
A rubra cura
Vertida de meu ventre
Com reverência
Plantar centelhas
Alumiar os caminhos
O sangue é a semente
Da purificação
O declínio das guerras
Magia e maldição.

A poeta Anna Apolinário