Poemas na quarentena – Wesley Almeida Paiva Revista Kuruma'tá, 5 de junho de 202028 de julho de 2020 Que a gente faça uma revista como a Kuruma’tá já nos anima, mas ver as pessoas enviando coisas pra gente publicar, isso nos ilumina! Ainda mais… ainda mais quando é poesia. Poesia é sempre bem-vinda e a Revista Kuruma’tá é uma casa de poesia, de poética e poetas. Sejam sempre bem-vindos. O querido Wesley Almeida Paiva enviou esse poema há tempos, e já devia tá achando que não apareceria nessas páginas. Mas o tempo de tudo chega e eis o poema dele publicado aqui com a gente. Potiguar da cidade de Alexandria (que nome belo, evocativo, de cidade…) Wesley é um seguidor fiel da Kuruma’tá e aqui ele desvela seu talento para o verso em meio à quarentena. Bem-vindo, Wesley! Poema de Wesley Almeida Paiva Insone Vem de longe o silêncio das ruas– um silêncio estranho, forçado –,que adentra o meu quarto e chacoalha os meus ossos como um ruído que só a mim perturba. (Eu que sempre aprecieia quietude dos campos,reviro-me e não encontro sossego nessa pseudocalma.) Desço da cama; esfrego os olhos.Lá fora tudo parece tranquilo,menos aqui dentro.Ligo a TV. Desligo.As notícias não ajudam. Retorno e deito; rogo pelo sono.Enquanto ele não chega, reflito.Talvez eu não seja esse sertão recluso quanto supunha. Já é madrugada. Meio sonolentofaço o meu último pedido:— Que amanhã seja acordado pelo barulho,por todos os barulhos que incomodaram minha vidapré-Quarentena. Arte de Toinho Castro sobre fotos da pxhere.com A LeituraPoesiaQuarentenaRio Grande do NorteWesley Almeida Paiva