Junho Revista Kuruma'tá, 19 de junho de 202028 de julho de 2020 Texto e poema de Márcio Fabiano Na memória afetiva, Junho começa em março com a procissão de São José. No sertão baiano, os católicos cantavam rimas ao Santo carpinteiro, pedindo chuva para irrigar as sementes de milho. Em Junho, com a colheita farta, as rezas e canções são para o trio católico e tão nordestino: Antônio, João Batista e Pedro. Junho é meu avô acendendo a fogueira e minha avó ofertando a mesa farta. Desde menino, eu sempre olho para o céu nesse mês tão glorioso. Foto de Toinho Castro Junho Estouros no meu coração Olhos de mil cores Bandeiras trêmulasVentos sopram dores Olha o fogo menino- grita a senhora. Junho Lembranças na brasa ardenteCinzas no meu pulsoFé e fumaça O menino pirraça A velha acha graça Junho O velho acende a fogueira João está dormindoA comida está na mesa João está pedindoOs meninos fazem festa João está dormindoO balão está no céu João está subindo Para ver o menino Jesus, que em seus braços de luz, abençoa o Santo, o menino e a festa. A Ciclo JuninoJunhoMárcio FabianoMemóriaPoesiaSão JoãoTradição