Que bom que é pesado

Texto de Toinho Castro


Gente, o negócio é o seguinte… Rock’n’roll! Disco novo, o segundo, da banda carioca Working Men. Eu falei banda carioca, parece até que isso é relevante. Sei lá, talvez seja, pensar no Rio de Janeiro como ponto de emissão do som dessa turma. Um som que transcende sotaques sonoros, porque ele vem conectado na veia ancestral de um rock bruto, pra valer, sem medo de guitarras e baterias. Um rock que central na história de vida da dupla que conduz destemidamente o Working Men, Hugo Rosas, nas guitarras, e Raul Fontenelle, na bateria!

Foto de BeBretas

Pode ir nas plataformas pra se aventurar nas dez faixas, caprichadas, numa produção levada a cabo em tempos de pandemia! Um disco gravado sem que eles tenham se encontrado. Um super exercício que só mostra a sintonia dos dois amigos, parceiros musicais, instrumentistas e produtores. Como a gente sempre diz, um ano de grandes perdas, um ano triste pra cacete, que nos sacudiu num labirinto difícil de atravessar. Mas coisas estão acontecendo, e o lançamento desse disco é prova que que tem gente na luta pra fazer esse ano valer alguma coisa no cômputo geral. E vale, viu?! Working Men, disco, é um trabalho afiado, e pesado pra botar pra quebrar nesse ano de merda!

E que bom que é pesado. A turma fala muito da leveza, que a gente precisa de leveza em 2020. Concordo. Mas é preciso peso também, consistência acelerada, rock’n’roll pra jogar na cara do mesmo 2020. Tô aqui escrevendo e escutando o sonzão, e a gente sai de uma música pra outra com fluidez, naturalidade, porque é um disco que foi com pensamento no fazer. Dois caras que sabem o que querem e que tem noção clara da prática musical. Gostam dos seus instrumentos e se dedicam a esse conhecimento, que é pensar um som e sair à cata de como cozinhá-lo! Uma turma que pensa nos instrumentos, nos dispositivos, na mixagem. Gente que acompanha o som desde o nascedouro, lá no juízo, e ao longo de todo o processo. Uma coisa de atenção e cuidado que você sente nas faixas. Se os caras estão insatisfeitos ali com a alguma coisa, a gente nem desconfia. Porque esse peso todo do Working Men tá carregado de leveza. A leveza do amor pelo que se faz!

Ontem, eu e o parceiro Oni, guitarrista do Faces do Subúrbio, batemos um papo bom com o Hugo e o Raul, no AoVivo Kuruma’tá. Aqui está a gravação pra vocês saberem mais sobre o trabalho dop Working Men e a produção desse disco novo. Vamos nessa!


E agora, com vocês, o discão, homônimo, do Working Men, no Spotify: