Texto de Ana Egito
Acompanho-te há tanto tempo, nem percebeste a sombra que desenhava teu corpo, foram palavras e palavras no silêncio dos meus pensamentos.
Iluminaste as folhas que desenhei com teu olhar, nas palavras que saltavam do meu mais tenro desejo.
Cultivei o que me fez viver por longo tempo, o amor silencioso e solitário, nos mornos dias, a lembrança do teu sorriso largo aqueceu minha carne que fraca, não sucumbiria a desejos tórridos, pois que a paixão não se eterniza na febre do querer, por minhas mãos, pude sentir o carinho generoso e fiel a tamanho encanto. Quando levei comigo os nossos encontros literários, tuas palavras a me embriagar, libertaram o que pensava ser profano, tal medo de liberdade excessiva me feria como desgraça? que nada, o medo do incompreensível prende a língua e os pensamentos, deixando morto o corpo que arde e queima.
Tão perto não te quero, intento assim, platônico, intocável, insaciável, para te ter nas minhas horas somente, as tuas a meu lado, serão alegremente comuns aos desejados dias certos em nosso comum calendário, compromisso com livros, sorrisos, palavras e abraços.