Independência Poética: Juliana Maciel Revista Kuruma'tá, 8 de março de 202310 de outubro de 2023 Independência Poética é uma série de entrevistas realizadas por LORENA LACERDA Poeta de hoje: Juliana Maciel Juliana Maciel é professora, poeta, cordelista, contista e aboiadora repentista. Nascida no dia 24 de julho de 1977 em Ouriçangas-Ba, e vive em Irará-Ba. Filha de Andrelina Rozenda e José Alves Maciel (Zezinho Vaqueiro). Mãe de Bianca Pereira e Brenda Pereira. Sempre esteve ligada à cultura popular e à poesia, tendo seus primeiros escritos aos 13 anos. Graduada em Letras e pós Graduada em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e Literatura, atua na rede Pública de Ensino de Coração de Maria. Ministra oficinas de poesia e de cordel na rede pública e particular. Está presente no Dicionário Biobibliográfico dos Cordelistas Contemporâneos /2020 e na Nova Antologia de Cordelistas Baianos/2021 pela Nordestina Editora. Faz parte da coletânea Brasil; Entre Cordéis e Lendas/2021, Cartas de amor em versos de cordel/2021 e na Coletânea de cordéis infantis, Ciranda de Versos/2021 pela Central do Cordel, participa do livro: Alespe, Sertão e Poesia/2021 e 2023 pela Academia de Letras do Sertão Pernambucano e publicou no ano de 2021 a obra Meus Amores Minhas Dores, com o apoio da Lei Aldir Blanc. Em 2022 foi selecionada no Festival de Literatura de Cordel de Ibotirama. O que te inspirou a começar a escrever? Cresci ouvindo meu pai recitar partes de cordéis que ele havia ouvido na infância, isso foi definitivo para que eu começasse a me encantar com a leitura. Na escola sempre fui incentivada em relação aos meus escritos, então a união desse dois espaços fez nascer a leitora e a escritora. O que você faz quando percebe que está com bloqueio para novas poesias? Tenho uma escrita livre até o momento. Não me obrigo a escrever, dessa forma não há bloqueio. A poesia sim, muitas vezes me força a escrever. Surge pronta dentro de mim e com vida própria, então enquanto não a coloco no seu modo concreto, ela não se acalma, não me dá sossego. Rsrsrs. Seu maior sonho como escritor(a)? Publicar o meu livro de contos. É uma obra que vem surgindo também de forma livre, porém consistente. Assunto preferido de escrever? Como escrevo poesia, cordel e conto, tenho ai um leque amplo de assuntos. Na poesia falo muito sobre amor e dor, vida e morte, sonho e desilusão e crítica política e social. Já na escrita do cordel vou mais para o lado biográfico, cordel didático, histórias com um certo humor, crítica política e social e estou ingressando na escrita infantil com dois cordéis, A pequenina Malu, e o mais recente, A menina gigante que queria ser pequena, esse traz uma temática de respeito às diferenças. No conto, o imaginário tem me atraído bastante. Um elogio para sua própria escrita? Dinâmica, diversa e viva! Já publicou algum livro? Quais? Caso não, tem planos? Sim! O livro de poesia, Meus amores, minhas dores e 14 folhetos de cordel. Com alguns deles participei de uma antologia e várias coletâneas pela Editora Nordestina, Central do Cordel e ALESPE (Academia de Letras do Sertão Pernambucano). Quais inspirações do cotidiano despertam sua escrita? Na poesia, situações extremas. Alegria, dor, multidão, silencio, êxtase.No cordel, situações do dia a dia, homenagens, fatos engraçados, conteúdos necessários.No conto, sonhos e flash. Qual dos seus poemas mais te define? Não chore. Um dos poemas que nasceu pronto e carrega em si a minha essência. Qual a parte mais fácil e mais difícil da escrita para você? O fato de ter a liberdade de escrever no meu tempo me deixa tranquila. A necessidade de às vezes ter que obedecer a voz da poesia em alguns momentos, dá um pouco de trabalho. Tipo, acordar no meio da noite com uma poesia gritando para ser escrita e ter que obedecer, para só assim conseguir voltar a dormir. Qual sua obra favorita de outro autor(a)? Eu leio de tudo, é até complicado escolher uma única obra, mas o livro O mundo de Sorfia, do norueguês Jostein Gaarder, foi um livro que mexeu muito com as minhas ideias e permanece me fazendo refletir. Um livro de Juliana Maciel Nome da obra? Meus amores, minhas dores. Quando e em qual editora foi publicada? Em 2021, pela editora Pinaúna com o apoio da Lei Aldir Blanc. Existe um tema central nos seus poemas/poesias? Qual? Não. Eles vagueia entre amor e dor, vida e morte, sonho e desilusão e crítica política e social. As poesias são divididas em fases nessa obra? Se sim, o que te motivou a fazer isso? Não há essa divisão. O que te incentivou a escrever esse livro? Esse livro começou a ser escrito quando eu tinha 13 anos. Comecei a escrever poemas e não parei mais. E alimentava o sonho de um dia publicá-lo. Ele conta com poemas feito em diferentes etapas da minha vida. Acredito que os amores, as dores, a minha vivência em relação a tudo isso e a própria vida foram minhas inspirações. É possível destacar uma poesia que mais se assemelha a seu cotidiano? Estranha. É uma poesia que fala dessa coisa de ter a poesia viva dentro de mim, dando comandos. A sequência dos poemas conta alguma história? Não. Existe algum posicionamento político ou cultural na obra? Sim. O poema, Doses de ilusão traz de forma bem clara a minha insatisfação diante da situação política e social interferindo na cultural. Qual a relevância dos personagens implícitos/explícitos da obra? São personagens implícitos que sofrem e que gritam pelo direito de viver e de amar da maneira que quiserem, que se sentirem bem. Logo, sou eu, é você, somos nós. Além de relevância são de suma importância. Qual a poesia mais marcante desse livro? Doses de ilusão, por trazer à tona um dilema que vai desde o amor até o preconceito, racismo, a dor das minorias e o olhar velado da sociedade em relação aos menos favorecidos. A Poesia