Os oitocentos de Antônio. António. Vivas –

Ano passado, hospedada em uma casa antiga bem ao lado da Igreja de Santo Antônio, no Alfama, assisti às festas antoninas em Lisboa. Eita, que febre! As missas, rezas e adorações dos devotos começavam logo cedo e eu acompanhava tudo da varanda. As velas acessas no velário durante todo o dia riam, à noite, do escuro em uma bela cena. No dia 12, que só termina com o sol amanhecendo 13, um mundo: casórios, procissões, sardinhas, cantigas, pães, missas, multidão, sardinhas, samba, batuque, (eu já falei das) sardinhas (?). SantoAntônio é de muitos. [Texto de Lu Lessa Ventarola]

Anjos de Espada

Houve esse tempo em que para dizer algo a alguém você primeiro dizia esse algo a outro alguém, que dizia a outro e isso chegava ao moço no navio, que atravessava o Atlântico, o Pacífico, o estreito de Ormuz, para que ali, outro alguém escutasse e passasse adiante, numa cadeia sucessiva de alguéns até que chegasse ao destinatário. Hoje basta um Enter no teclado para que eu saiba a mensagem, basta um e-mail para que chegue assim um poema, lá de Coimbra, falando de anjos. Quem diria? — Toinho Castro , ao receber o poema de Lu Lessa Ventarola.

Poesia Infiltrada

É Lei – e a Física está aí para nos mostrar isso. As cidades também estão sob a jurisdição desta lei, como não? E assim, quanto mais uma cidade se apresenta em suas vestimentas formais e tradicionais, maior será o seu impulso disruptivo, sua sede de novo. É só procurar nas vielas e esquinas; escute a boemia. A tradicional Coimbra não foge à regra e já pude espreitar o melhor de seu lado B aqui e acolá. [Texto de Lu Lessa Ventarola e Pedro Pousada]