Gilberto Passos Gil Moreira Revista Kuruma'tá, 26 de junho de 202028 de julho de 2020 Texto e poema de Toinho Castro Foto: Arquivo Nacional Hoje é aniversário de Gilberto Gil, esse artista central na nossa cultura, central na nossa vida porque é a conexão de tantos caminhos, de tantas linhagens e vozes. A generosidade do seu talento luminoso é um abre-alas… fico aqui pensando em tantas portas que Gil abriu pra gente, das tantas direções para onde sua voz apontou e para onde seguimos sem medo, com fé! A música negra e universal de Gil está cravada em nossos corações, e por isso resistimos e marcamos essa linha divisória, que separa a vida de todo o resto que é contra ela. Gil é nosso marco afirmativo. A canção cantada por nós, mirando o amanhecer. Há tempos escrevi para ele esse poema, que já circulava nas redes sociais e que de tempos em tempos recupero para pontuar a grandeza desse artista. Hoje o oficializo aqui na Kuruma’tá, como poema dedicado a quem comungar com essa fé. Gilberto Passos Gil Moreiraesse nome que é um versoquase uma poesia inteiraoutro dia ouvi você cantaraquela canção da menina baiananum velho disco de vinilque ressoou na minhacaixa cranianame convidando pra dançardeixando-me febril e lá fui eu para lápara além do ano 2000e não me contive de alegriapor sua música profundaque a tudo alumia e inundanão me contive onde eu estavaem quem eu soue saí pela rua a todo vapore pensei em vocêmenino baiano de salvadorpisando as pedras do calçamentosujeito ao encantamentoda Bahia e da Naçãopara fazer da própria música o pãopara reparti-la com os irmãos escuto aquela cançãoda menina baianado menino negro de salvadoratomizado na raiz do cabelono dna de raiz africanana raiz da macaxeiramenino que se chama um verso— Gilberto Passos Gil Moreira corre, meninocorre que amanhã é dia de lutacorre que amanhã é dia de feira Obrigado, Gil. Você foi um dos meus professores de poesia. A AfetoGilberto GilMemóriaMúsicaMúsica BrasileiraPoesiaToinho Castro